Tomei uma criança pela mão, a fim de andarmos juntas parte do caminho. Eu deveria lavá-la ao Pai. A Tarefa me amedrontou, tão terrivel me pareceu a responsabilidade.
Falei, então, com a criança apenas sobre o Pai.
Pintei a severidade do Pai, caso ela o desagradasse. Andamos sob as árvores e eu disse que o Pai tinha poder para derrubá-la num minuto, com seus raios possantes.
Andamos ao sol, e lhe falei, sobre a grandeza do Pai que fez o sol ardente,esplendoroso.
Ao cair da tarde um dia, nos encontramos com o Pai.
A criança se escondeu por trás de mim.
Tinha medo, não queria olhar aquela face tão cheia de amor.
Ela lembrou-se da minha descrição.
Não quis colocar sua mãozinha na mão do Pai.
Fiquei entre a criança e o Pai.
Refleti.
Eu tinha sido tão conscienciosa, tão séria.
Tomei uma criança pela mão. Eu deveria levá-la ao Pai. Senti-me esmagada pela multidão de coisas que deveria ensinar-lhe. Não nos demoramos, mas corremos todo o caminho. Num minuto comparávamos as folhas das árvores e no dia seguinte examinávamos o ninho de um pássaro.
Enquanto a criança me fazia perguntas a respeito, eu a empurrava para caçar uma borboleta.
Se por acaso adormecia eu a despertava, a fim de que não perdesse nada.
Eu queria que ela visse. Falamos do Pai muitas vezes e rapidamente derramei em seus ouvidos todas as histórias que deveria saber, mas fomos em diversas ocasiões interrompidos pelo soprar do vento, do qual devíamos falar, pelo sair das estrelas, que tínhamos que estudar, pelo riacho murmurante, que precisávamos acompanhar até a sua fonte.
E então, ao cair do dia, encontramos o Pai.
A criança o olhou de relance.
O Pai estedeu-lhe a mão, mas ela não se interessou o basstante para tomá-la.
Pontos febris queimavam em seu rosto, ela caiu exausta no chão e adormeceu.
Eu estava de novo entre a criança e o Pai.
Eu lhe ensinara tanta, tantas coisas.
Tomei uma criança pela mão para levá-la ao Pai. Meu coração estava cheio de gratidão pelo alegre privilégio.
Andamos devagar.
Modereimeus passos pelo dela.
Falamos das coisas que a criança ia notando.
Algumas vezes era um dos pássaros do Pai.: observamos quando construía seu ninho e vimos ovos que nele depositava.
Conversamos depois sobre os cuidados que ele tinha com seus filhotes.
Outras vezes apanhávamos as flores do Pai e acariciavámos as pétalas macias, apreciando suas lindas cores.
Com frequência contávamos histórias do Pai.
Eu as contava à criança e ela para mim.
Nós contávamos uma para a outra essas histórias repetidamente.
De tempo em tempo parávamos, encostando nas árvores do pai e deixando que o ar feito por Ele refrescasse nosso rosto, sem falar.
E ao fim do dia, encontramos o Pai.
Os olhos da criança brilharam
Ela olhou com amor, confiança e alegria para a face do Pai, colocando sua
Mão na mão dele.
Naquele momento fui esquecida.
E me alegrei.
Extraído do livro: As sete necessidades Básicas da criança.
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