sábado, 6 de novembro de 2010

Mayara Petruso e a Xenofobia no Twiter

Enviei essa postagem pelo orkut, mais uma vez, silêncio

Preconceito e racismo polarizam discussões na Web

É público e notório o preconceito que os nordestinos sofrem por parte de algumas regiões, mas especificamente pelas regiões sul e sudeste. Hoje a primeira página do Diário de Pernambuco tem como destaque:

Preconceito na internet

Estupidez

Reportagem de Diego Abreu 02/11/10

"Nordestino (sic) não é gente. Faça um favor SP: mate um nordestino afogado!". A frase escrita no Twitt  por uma estudante de direito em São Paulo foi o ponto de partida para a disseminação de uma onda de preconceito e racismo explícitos como há muito tempo não se via na sociedade brasileira.
Os mais de 17 milhões de votos dos nordestinos para Dilma Rousseff-que acabaram nem sendo decisivos para a eleição da petista- resultaram em milhares de mensagens defendendo o
separatismo, das regiões Sul e Sudeste e, consequentemente, menosprezando o Nordeste e o seu povo. A OAB-PE vai acionar o Ministério Público Federal e os autores das ofensas podem ser presos. Ela também usou o Facebook para mostrar a indignação com a vitória de Dilma Roussef(PT) e culpou o povo do nordeste pela derrota de Serra.
"Afunda Brasil. Deem direito de voto prós nordestinos e afundem o país de quem trabalha para sustentar vagabundos que fazem filhos prá ganhar o bolsa 171"postou.
Segundo o Jornal quando o caso começou a repercutir a autora das mensagens se desculpou e excluiu seus perfis. As declarações prestadas no site da Mayarapodem resultar na prisão dos autores das frases.
De acordo com a legislação brasileira. crimes contra a procedência nacional, preveem pena de até 3 anos.

A quem interressar possa:
Levantamento feito pelo Diário /Correio Braasiliense, com base nos resultados divulgados pelo TSE, mostra que a candidata do PT venceria o pleito mesmo que fossem considerados apenas os votosda região Sul, Sudeste, cento Oeste e Norte.

Por amar o meu país, a minha gente deixo registrada mais uma vez a minha indignação frente ao preconceito contra nordestinos.
Sou professora, espírita, petista e nordestina
Vaneide(Van).

Uma amiga me enviou um depo dizendo o seguinte:

Olha amiga espero mesmo que o Nordeste seja lembrado pela sua presidente não, através de esmolas mas de um governo direcionado ao trabalho e a educação onde cada um batalhará pelo que quer e não um país onde quem trabalha precisa de esmola acreditando que e cidadão.Acho estranhos vcs petistas já ganharam pra que ficar se melindrando com uma verdade,os menos abastados elegeram o Lula. Só espero q vcs pensem realmente e seriamente em tdos q precisam de um governo sério não só os pobres mas tdos.

Respondi 


Em primeiro lugar gostaria de saber se vc conhece a região nordeste, e qual das capitais vc conhece? Porque se você conhecer vc irá perceber que não precisamos de esmolas. Mas se vc procurar se informar saberá que não foi só o nordeste mas o Brasil com 61% dos votos válidos que elegeu o Lula e a Dilma com um percentual um pouco menor. Não só eu, mas muitos brasileiros reconhecem que Lula  foi e continua sendo o melhor presidente que o Brasil já teve.  Quando coloquei a mensagem, o destaque não era sobre o pleito e sim sobre o crime de xenofobia (contra a procedência nacional) cometido pela estudante, onde ela incita o discurso do ódio em relação aos nordestinos, e nos chama de vagabundos. Pena que vc não soube interpretar a mensagem. Quando vc usa o termo melindre ”Acho estranhos vcs petistas já ganharam pra que ficar se melindrando com uma verdade, os menos abastados elegeram o Lula.” Frase sua querida. Eu ainda acrescentei “Por amar o meu país, a minha gente deixo registrada mais uma vez a minha indignação frente ao preconceito contra nordestinos”. Quando me refiro a minha gente, estou falando do povo brasileiro. Os menos abastados meu bem Tb ajudam na construção desse imenso país.
Na verdade gostaria q vc me explicasse o q é um governo sério, eu sei pq temos um que é comprometido com seu povo. Leia sobre neoliberalismo e entenderás pq não votei no seu candidato.
Bjs
Van


Orkut: preconceito contra nordestinos

 Fiz essa postagem e enviei pelas mensagens do orkut para todos os meus contatos. Pasmem, mas só um contato repassou a mensagem, o silêncio me incomodou mto.

Embora estejamos passando por momentos difíceis, com a enchente que atingiu mais de 90 cidades em Pernambuco e Alagoas , ainda temos que conviver com o preconceito, com a falta de humanidade  e perseguição aos nordestinos através de comunidades do orkut.
Segundo o Diário de Pernambuco comentários tipo ”nordestinos devem morrer nessa lama” ou “ deviam ter se afogado nas águas sujas” chocam agora a população  em intensidade semelhante a tragédia.”
De acordo com a matéria do referido Jornal: Os usuários de diversas comunidades chegam a se referir aos nordestinos como “merdestinos e animais”. Em uma das comunidades – “Lugar de nordestino é no Nordeste” um dos moderadores identificado por João Ribeiro Neto escreveu: “ No fundo, no fundo tenho dó de nordestino, explico: “Numa metade do ano morrem na seca e na outra metade morrem na enchente...rs, Obrigado meu Deus, por não ser nordestino!”
As comunidades abrigam declarações do tipo: “Pessoal com essas enchentes no Nordeste acho que os cabeçudos vão vir em massa para pra, São Paulo, tô muito preocupado com isso. Vai ter mais lixo do que já tem aqui”, declarou a usuária Júlia Shelmann, membro da comunidade eu odeio nordestino. Outras frases onde as pessoas se referem a nordestinos.
“eles deviam aproveitar que alagou tudo por lá e nadar um pouquinho. Eles adoram água suja.” Nadine Santos
“Eles não conseguem nadar, pois a cabeça deles os faz afundar como uma ancora! Mas o q seria mais sujo, a água da enchente ou os merdestinos?//Seria bom se todos eles morressem na enchente, afinal nordestino é um animal que não sabe nadar!!!” Thomas Rebel
“Exterminados. Tem que mandar todos para campos de concentração e abater que nem animaizinhos que são. Gas venenoso. Incineradora viva. Instrumentos de tortura ne tudo que arranque pedaço dessa raça mestiça de merda” Diogo”Ulfsark” de Alcântara Pereira”
Diário de Pernambuco do dia 08/07/09  Caderno C  VIDA URBANA(fragmentos da reportagem).

       Considerando que a falta de informação gera preconceitos, seria bom que essas pessoas que não gostam dos seus compatriotas nordestinos conhecessem mais um pouco da História do Brasil, da forma como fomos colonizados. A partir daí podemos perceber pq algumas regiões foram mais privilegiadas que outras. Deixo registrado minha indignação com a falta de sensibilidade e de respeito dessas pessoas com a tragédia que ocorreu em nossa região. Tenho orgulho de fazer parte dessa terra maravilhosa chamada Brasil.
Bjs Van

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Depoimento de um educador

Depoimento de um educador:

Educar para termos uma nação livre: Por que precisamos votar em Dilma?

Artur Gomes de Morais

professor titular do Centro de Educação da UFPE

Durante os anos de FHC e SERRA, as universidades públicas foram sucateadas. Nos últimos anos do período 1994-2002, as reitorias daquelas universidades não tinham dinheiro para pagar contas de água e luz. Quando muitos professores se aposentaram, com medo da mudança de regras da previdência, concursos públicos não eram feitos. Não havia dinheiro para pesquisa e as bolsas de mestrado e doutorado foram congeladas, assim como os baixos salários dos professores. O Provão, originalmente bolado para mostrar que as universidades públicas teriam baixo nível, revelou, ao contrário, que elas eram, geralmente, os melhores centros de ensino e o principal espaço de pesquisa no país. Apesar disto, durante os oito corruptos anos de FHC e de SERRA, os empresários interessados em vender diplomas foram estimulados a abrir faculdades em cada esquina. O irmão do ministro Paulo Renato, de triste memória, era e é um desses mercadores do ensino superior.

Durante os quase oito anos do governo de LULA e DILMA, 14 novas universidades federais foram criadas e, em 45 delas, novos campi foram criados, como é o caso da UFPE e da UFRPE. Muitos concursos vêm sendo realizados e a necessidade de formarmos mestres e doutores para atuarem no ensino superior continua uma bela realidade. Ao lado da expansão das vagas em universidades públicas, o governo também ampliou o número de bolsas para custeio de cursos em faculdades privadas, através do PROUNI. O número de bolsas de mestrado e doutorado vem crescendo anualmente, assim como foi corrigido o valor das bolsas que estavam congeladas entre 1994 e 2002. Desde 2003, a cada ano, agências como o CNPq abrem editais de financiamento à pesquisa, atendendo áreas que, antes, eram praticamente esquecidas, como é o caso da Educação e das Ciências Humanas.

Nos tempos de FHC e SERRA não foi criada nenhuma escola técnica. Os recursos de financiamento da educação só se destinavam ao ensino fundamental (1ª. à 8ª. série) e os alunos da educação infantil, da EJA e do Ensino Médio não tinham direito a livros e outros materiais didáticos financiados pelo governo federal. Aliás, eles só teriam vagas nas escolas públicas se os governos municipais ou estaduais decidissem neles investir.

Nos quase oito anos do governo de LULA e DILMA foram criadas 214 escolas técnicas. O novo financiamento da educação (FUNDEB) passou a incluir a pré-escola, a EJA e o ensino médio. Com a ampliação do ensino fundamental, todas as crianças pobres do Brasil passaram a ter uma vaga garantida, nas escolas públicas, aos 6 anos de idade (e não aos 7, como era antes). Aliás, graças a uma lei aprovada no governo de LULA e DILMA, a partir de 2012, todas as crianças brasileiras terão acesso à pré-escola, nas redes públicas, a partir dos 4 anos. Isto, felizmente, também ajudará a diminuir o fosso entre ricos e pobres.

Ainda temos muito, muitíssimo por avançar. Mas, é claro, não podemos deixar os que privatizam e destroem a escola pública voltar ao poder. Por isso, voto em Dilma, com toda a tranqüilidade e esperança de que continuaremos a lutar, diariamente, para ter educação de qualidade para todos. E conto com você nessa batalha.

domingo, 17 de outubro de 2010

Durval Muniz: Um convite à reflexão

Dois Projetos Radicalmente Diferentes

Durval Muniz de Albuquerque Júnior

Estamos num momento decisivo da vida brasileira, onde qualquer omissão pode ser imperdoável. Eu, que faço parte da parcela ainda privilegiada de brasileiros que conseguiu concluir um curso superior e fazer uma formação pós-graduada, não ficaria com a consciência tranqüila se não viesse a público, neste momento, com o uso daquilo que sei fazer: refletir, pensar, para tentar contribuir no sentido de dar um mínimo de racionalidade a um processo eleitoral que, muito pela influência de determinados setores da mídia, mas infelizmente também com a participação decisiva de candidaturas como a de José Serra e Marina Silva, descamba para se tornar uma discussão obscurantista, rasteira, mistificadora e preconceituosa, sobre temas e aspectos nomeados genericamente de “valores”, que interessam de perto aos setores mais conservadores e retrógrados da sociedade brasileira, fazendo ressuscitar dos porões das almas, das mentes e do interior da sociedade forças e subjetividades microfacistas.

Dirijo este texto àqueles que fazem parte como eu desta parcela letrada da sociedade, notadamente, daqueles alojados no interior da Universidade, e que, para minha surpresa e decepção, vêm manifestando a intenção de votar em José Serra no segundo turno das eleições. Como estou escrevendo para pessoas que julgo estar sob o império da racionalidade, nem me vou ocupar de rebater os motivos e argumentos apresentados para não se votar em Dilma Rousseff, em uma das campanhas mais sórdidas, mais caluniosas, injuriosas e preconceituosas já levadas a efeito no país, com a participação decisiva do candidato Serra e da mídia golpista que o apóia, a mídia que medrou e engordou durante a ditadura militar, campanha só comparável àquela de 1989, que levou ao poder o queridinho das elites brancas da época: o caçador de Marajás, Fernando Collor, (e todos sabem no que resultou aquela aventura amparada em retórica e práticas tão farisaicas, despolitizadoras e moralistas como as que embasam a atual candidatura tucana).

Embora pareça que para estes meus colegas, de estômagos fortes, não causa repugnância e náusea uma candidatura que explora e incentiva o tradicional desapreço e desprezo das elites brasileiras pelos nossos vizinhos da América Latina, pelos africanos e pelos asiáticos (o que fica demonstrado pelos ataques do candidato ao Mercosul, à Unasul, a chefes de Estados de países vizinhos democraticamente eleitos, alguns deles pertencentes a grupos historicamente excluídos naqueles países.

Na crítica à política externa do governo Lula mal se disfarçam a xenofobia e o racismo de nossas elites que sempre se julgaram brancas e sempre tiveram os olhos voltados para os Estados Unidos e para a Europa, onde na verdade sempre sonharam em viver; a política externa de FHC, onde o presidente falava inglês e o chanceler como um lacaio tirava os sapatos para passar nas alfândegas dos países desenvolvidos mostra bem isso); uma candidatura que explora o preconceito contra as mulheres, candidatura sexista, machista e misógina, que claramente tenta desqualificar o lugar da mulher na política e que utiliza a velha tática de pôr em suspeita a sexualidade de toda mulher que ousa desafiar os lugares reservados aos homens (com a conivência de inúmeras mulheres ditas independentes e feministas entronizadas como comentaristas na mídia, como Maitê Proença que chegou a convocar os “machos selvagens” para nos livrarem de Dilma; ressalte-se ainda o silêncio cúmplice de grandes lideranças intelectuais e políticas feministas ligadas ao PSDB, que deixo de nomear por respeito às suas trajetórias, que não deveriam necessariamente votar em Dilma, mas se posicionarem veementemente contra o tipo de campanha que faz o seu partido.

Este silêncio poderá custar caro à muitas conquistas feitas pelas mulheres. Me pergunto como pode ser que intelectuais deste quilate possam estar silenciosas diante do uso aético e mistificador da questão do aborto pelo candidato tucano, será que uma vitória eleitoral compensa a perda de uma reputação construída durante anos na luta das mulheres?

Ainda está em tempo de romperem o silêncio!); uma candidatura que explora e acirra o preconceito contra os homossexuais ao espalhar em emails apócrifos e criminosos na internet a suspeita de que Dilma seria lésbica (e qual o problema se fosse, sabemos com que órgãos de seu corpo ela exercerá a presidência); uma candidatura que açula o preconceito contra o pobre e o nordestino, que como sempre são tomados pelas nossas elites de classe média como aqueles ignorantes, que não sabem votar, que votam com a barriga e não com o cérebro, mesmo que estejam votando por defenderem a continuidade do governo que de longe foi o que mais beneficiou estas duas populações (porque votar em defesa do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, é menos racional que votar em defesa dos lucros exorbitantes conseguidos pelos beneficiários do processo de privatização, inclusive os grandes grupos de mídia e do banqueiro que aposta sempre no Meu Banco, Minha Vida?); uma candidatura que faz das mentiras mais descaradas e das promessas mais fajutas a sua apresentação (toma para si feitos dos outros, copia programas das outras candidaturas, promete fazer o que sempre fez diferente quando esteve no poder).

Claro que não vou perder meu tempo discutindo com vocês, que até agora não vomitaram e ainda continuam convictos do voto em Serra, argumentos de enorme racionalidade para não se votar em Dilma como: ela é um poste, ela matará criancinhas (repaginação sofisticada por Mônica Serra, como costuma ser toda repaginação de quem veste Daslu, a honesta Daslu, de conhecido enunciado anticomunista), ela roubou um banco, ela é assassina, ela vai fechar as igrejas, ela acabará com a liberdade de imprensa e outros argumentos ainda mais sofisticados como: “eu não fui com a cara dela”.

Por respeito a vocês todos que acho não seriam capazes de acreditar nestas baboseiras, passo a tratar de uma única justificativa que me pareceu racional, apresentada para o voto em Serra: o sucesso do governo Lula, que todos admitem, até mesmo o candidato Serra que subiu na sua garupa em plena propaganda eleitoral gratuita, teria se dado por este continuar o modelo de gestão perfeito e vitorioso do príncipe dos sociólogos Fernando Henrique Cardoso (há longo email na internet defendendo este ponto de vista racional e respeitável), embora este tenha sido escondido sistematicamente das campanhas do PSDB desde que deixou a presidência seguido de um sentimento de alívio nacional e já vai tarde na maioria de corações e mentes, até nos de muitos dos que hoje esquecidos ou arrependidos tentam salvar o seu legado e resolvem votar em seu candidato.

Como sou historiador, e este profissional tem como ofício ir ao passado para justamente olhar o presente de outra perspectiva, vou lançar mão de alguns traços da história do pensamento econômico no Brasil para tentar convencê-los de que no dia 31 de outubro estarão em confronto dois projetos radicalmente diferentes de país, duas maneiras distintas de interpretar e entender a sociedade brasileira, sua história, sua dinâmica econômica e social, formas radicalmente distintas de pensar a inserção do Brasil no capitalismo globalizado, nas relações internacionais, formas distintas de pensar a dinâmica do desenvolvimento e o papel que o Estado e as distintas classes e grupos sociais desempenharão neste processo.

E quando digo ser radical é justamente porque, como sabemos, radical é algo que se dá desde as raízes, desde suas matrizes teóricas e políticas. Pretendo mostrar que Serra e Dilma representam projetos bastante distintos para o país, porque PSDB e PT representam formulações teóricas distintas da realidade brasileira. Como estamos diante de dois candidatos que não despertam muitas paixões, talvez possamos ter discussões mais racionais, desde que se esteja disposto a se explicitar o projeto que cada um representa (além de representar sua enorme ambição pessoal, seu projeto de ser Presidente da República, de fazer parte da galeria de nossos Presidentes, sonho que ele já realizou, pelo menos na propaganda eleitoral e espero que só lá; Serra representa um projeto de governo que não pode explicitar, que não pode revelar sob pena de não ser eleito, por isso ele protocolou como programa de governo no TSE um discurso, mesmo assim tendo a candidatura deferida: por lá também os amores serristas parecem ter se intensificado, até com trocas de telefonemas amáveis).

Para entendermos o jeito PSDB de governar temos que entender as matrizes teóricas que sustentam suas ações. É inegável que o intelectual orgânico, para usar um conceito caro a Gramsci, deste partido é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, intelectual respeitado mundialmente.

Emir Sader já perguntou perplexo uma vez: o que pensa o Serra? Ninguém sabe, ninguém viu. O hoje elevado a condição de elite das elites, o guia das “massas cheirosas”, segundo a Catanhede, que se saiba nunca teria concluído os cursos de graduação que diz ter e sua Tese de Doutorado, da qual voltarei a falar, anda desaparecida da única biblioteca em que está depositada (por que será que o vaidoso Serra nunca traduziu e trouxe a lume sua obra máxima?).

Ele passou oito anos no governo FHC, exercendo diferentes cargos, sempre aparecendo na mídia como estando à esquerda no partido, como crítico de Malan, como alguém que criticara o Plano Real, mas jamais escreveu algo sobre isto e no governo permaneceu.

Como gestor de mandatos nunca concluídos, não foi capaz de imaginar uma política pública, um programa de governo que possa se dizer original e criativo, se notabilizando mais por desmontar e destruir o que vinha sendo feito antes, até mesmo pelo seu companheiro de partido Geraldo Alckmin (pensem nisso amigos queridos, se duvidarem de mim, pesquisem sobre o desmonte dos programas sociais e educacionais deixados pela Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo). Não é preciso dizer dos inúmeros prêmios internacionais recebidos por diferentes gestões do Partido dos Trabalhadores em municípios, Estados e agora nos dois governos Lula por imaginar e criar inovadoras políticas públicas (se duvidarem, pesquisem: só o Presidente Lula já ganhou até agora mais de duzentos prêmios internacionais, há um site não nacional que se dá o trabalho de arrolá-los todos).

Mas como dizia é no pensamento de FHC que devemos buscar as raízes das propostas pessedebistas para o país. É na Teoria da Dependência, da qual Fernando Henrique foi um de seus formuladores, notadamente na corrente chamada de weberiana, que rivalizava com a chamada corrente marxista encabeçada por Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini, que devemos buscar o entendimento de como o PSDB vê o país e seu povo, inclusive sua classe empresarial, já que, como sabemos, Cardoso se dedicou a fazer uma sociologia do empresariado brasileiro, de seu comportamento e pensamento.

A Teoria da Dependência surge no início dos anos sessenta, diante da crise crescente apresentado pelo modelo nacional-desenvolvimentista de matriz cepalina que esteve na base da política econômica de governos tão díspares e que a realizaram com ênfases distintas como os governos Vargas, Juscelino Kubsticheck e João Goulart.

Quando uma vez na Presidência da República, Fernando Henrique se propôs a enterrar a era Vargas, ele estava realizando o projeto da Teoria da Dependência que criticava algumas formulações básicas do pensamento cepalino e neoclássico, que na versão henriquiana se afastava também das leituras marxistas tanto vindas do pensamento da CEPAL, quanto no interior da própria Teoria da Dependência, propondo assim o desmonte do Estado nacional-desenvolvimentista e populista, fantasmas que são brandidos hoje pelos economistas e “experts” de plantão convocados pela mídia, que estariam sendo reabilitados pelo governo Lula. Em entrevista com Dilma, Miriam Leitão chegou a comparar o que seria o nacional-desenvolvimentismo de Lula com a política econômica da ditadura militar. Como disse sutilmente Dilma: a Leitão sempre ouve o galo cantar mas não sabe aonde.

É inegável que as formulações econômicas, mas também sociais e políticas do governo Lula têm a sua matriz no pensamento nacional-desenvolvimentista cepalino, mais precisamente no pensamento do maior economista brasileiro, o paraibano Celso Furtado, por quem Lula sempre teve uma admiração quase devocional. Como sabemos Celso Furtado se manteve ativo, produzindo e participando diretamente da vida política brasileira até pouco tempo antes de sua morte.

Seu pensamento passou por reformulações e ajustes, mas manteve uma espinha dorsal que, como tentaremos deixar claro, é a própria espinha dorsal do projeto que hoje a candidatura Dilma assume e que queremos ver continuar com ela. É preciso ainda chamar atenção para dois aspectos relevantes: o atual Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que foi mesmo dentro do PT identificado como um nacional-desenvolvimentista, dedicou seu trabalho de doutorado a estudar o pensamento de Celso Furtado e, é preciso lembrar ainda, que Dilma Rousseff começou a sua militância administrativa no Rio Grande do Sul, ligada a um governo do Partido Democrático Trabalhista, encabeçado por Leonel Brizola, muito próximo das formulações nacional-desenvolvimentistas.

A grita e o arreganho de dentes, sem pejos, da mídia neoliberal no Brasil se deve ao fato desta identificar em Dilma não uma mera continuidade, mas um aprofundamento da visão nacional-desenvolvimentista em seu governo em relação ao governo Lula. A acirrada querela em torno dos destinos da Petrobrás, empresa símbolo das conquistas que o nacional-desenvolvimentismo de inspiração cepalina trouxe para o Brasil, assim como em torno dos destinos dos financiamentos do BNDES, que não podemos esquecer teve como seu formulador e primeiro Presidente Celso Furtado, torna claro que o que está em jogo nestas eleições não é a religiosidade ou não da Dilma, sua sexualidade, sua experiência administrativa ou seus “valores”, são de “outros valores de que se trata” (como a Marina e seus seguidores verdes, pelo menos os sinceros, foram cair numa armadilha dessas, como podem manchar uma trajetória de vida e política de anos se colocando a serviço de forças e interesses que parecem desconhecer, tudo por causa de quinze minutos de fama na Rede Globo, que a teria triturado com os mesmos argumentos vis e baixos com que faz com Dilma se ela efetivamente tivesse viabilidade eleitoral).

Pecado mortal de Furtado e de Lula, ambos olharam para o Nordeste, ambos são filhos deste rincão enjeitado do país, onde medra uma das piores elites políticas desta terra, ambos não abriram os olhos no planalto paulista, onde luminares como Otavinho Frias e a família Mesquita distribuem a agenda para o país, em consonância com um partido que nunca lançou uma candidatura que não seja paulista, deixando claro a falta de visão de Brasil que os assaltam, como assaltava à Teoria da Dependência. Formulador da SUDENE e seu primeiro superintendente, Furtado sempre apostou no Estado como indutor de uma política de industrialização capaz produzir o desenvolvimento apesar da dependência externa.

Sabemos que desde que FHC aderiu às teses neoliberais, pois estas já estavam em germe em seu pensamento, como deixaremos claro a seguir, a crítica a esta centralidade do Estado, de seu papel como indutor de políticas cambiais, fiscais, de investimento, de distribuição de renda, de combate às desigualdades regionais e sociais, que alavancassem um desenvolvimento endógeno do capitalismo brasileiro, será a pedra de toque do discurso econômico do PSDB, por isso mesmo se aliando a um partido de extrema direita, o antigo PFL, agora DEM, com vagas formulações liberais, um baluarte na luta pelos interesses dos grandes grupos privados nacionais e internacionais em detrimento dos interesses nacionais.

Desmontar o Estado, desmontar as empresas duramente criadas e conquistadas à duras penas com a acumulação de capital realizada pelas políticas nacional-desenvolvimentistas passou a ser a obsessão dos governos do PSDB, tendo em Serra um dos maiores entusiastas, a abrir seu sorriso cheio de gengiva sempre que batia um martelo e entregava o produto de anos de suor dos trabalhadores brasileiros para os capitais nacionais e internacionais, muitos de duvidosas origens, outros sendo agraciados com ajudas vultosas do BNDES para comprarem com dinheiro público e privatizarem o que era público.

Tanto a Teoria da Dependência, quanto a Teoria do Desenvolvimento, elaborada pelos cepalinos, revista e aperfeiçoada por Furtado, concordavam em superar a visão apenas sistêmica e baseada no equilíbrio de fatores da economia neoclássica. Ambos por vias distintas, vão aliar as reflexões econômicas com reflexões sobre as estruturas e relações sociais no país e o papel da política e do Estado na gestão da economia. Podemos dizer que ambas refletem o impacto que representou o pensamento keinesiano para o campo econômico, e sua capacidade de formular as políticas públicas que retiraram os EUA e o restante do mundo da crise sistêmica de 1929.

Só que ambas divergem num ponto fulcral, notadamente na versão weberiana encarnada pela obra de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto: ambas concordam que o subdesenvolvimento é produto do próprio desenvolvimento do capitalismo, que se dá desigualmente gerando um centro e uma periferia do sistema, que tende a reproduzir subordinadamente a dinâmica que é dada pelas economias centrais e seus modelos. Ambas concordam na possibilidade de haver desenvolvimento mesmo na periferia, de haver desenvolvimento apesar da dependência e da subordinação, mas divergem frontalmente de como isto seria possível.

Nesta divergência estão as raízes das divergências entre as políticas não só econômicas, mas sociais, de relações internacionais, de alianças políticas, de formulação de políticas públicas que estão representadas nas candidaturas Serra e Dilma. Na Tese de Doutorado que defendeu nos EUA, Serra teria criticado a política econômica do governo Allende do qual participara, com Allende já morto e deposto pelo golpe de Estado apoiado pelo governo americano (Serra parece adorar criticar os governos de que participa, pois quem conhece a peça sabe de sua megalomania e de sua vaidade infinita, além de que, aqui, amigos, merece uma parada para reflexão: como é que alguém que serviu ao governo Allende vai parar nos EUA e é recebido pelo governo que patrocinou o golpe no Chile, terá sido para Serra escrever o que escreveu?).

A crítica se centra não apenas no combate ao pensamento cepalino, esposado ainda por setores presentes no governo chileno, como no combate a Teoria da Dependência em sua versão marxista, que não acreditava ser possível haver desenvolvimento nos países periféricos sem a derrubada revolucionária do capitalismo. Talvez a mistura explosiva do reformismo cepalino com o revolucionarismo daqueles que pensavam diferente de FHC, que sempre descartou a necessidade de uma revolução socialista para que o desenvolvimento se fizesse na periferia do sistema, tenha levado ao desastre da política econômica de Allende atacada na Tese do aspirante a Presidente da República pelo PSDB. Talvez assim possamos entender porque Lula e sua política econômica já foi chamada por grandes luminares da imprensa e da vida parlamentar de bolchevista e até de albanesa (seriam ilários, se não fossem tão primários).

A diferença matricial entre as duas posturas gira em torno da possibilidade de um desenvolvimento capitalista, porque é disso que se trata, não de revolução ou bolchevismo, feito na periferia, colocando como centro do processo a aliança estratégica entre empresariado nacional, Estado e classes trabalhadoras por um lado e os setores externos por outro, aquilo que FHC andou chamando de mexicanização, venezualização, retorno do peronismo (como usa bem e precisamente as categorias nosso sociólogo).

Para as formulações cepalinas lá dos anos cinqüenta, com seu nacionalismo típico da época, as forças externas eram encaradas como obstáculo ao desenvolvimento do país, assim como as forças internas a eles aliadas como os setores agrário-exportadores. Mesmo reformulando mais tarde estas ideias, Furtado mantém a opinião que o processo de desenvolvimento, em países como o Brasil, deve ter como motor as forças econômicas, sociais e políticas nacionais, que saibam inserir o país na economia global, mas tendo seus interesses estratégicos sempre à frente e bem definidos.

Para ele, o Brasil tinha um enorme potencial de crescimento endogenamente gerado por seus amplos recursos naturais, por já ter internalizado e desenvolvido o processo de industrialização, devendo ampliar bases técnicas, tecnológicas e educacionais próprias, o país já possuía a enorme potencialidade de um grande mercado consumidor de massas, bastando para isto que fossem prioritárias em qualquer política econômica a ênfase em mecanismos distributivos de renda e de redução das desigualdades regionais.

O governo Lula e o sucesso reconhecido mundialmente, até pelos órgãos de imprensa econômica mais conservadores, de sua política econômica, aliada a políticas sociais de distribuição de renda, como o Bolsa Família e a política de valorização do salário mínimo, provou que as teses de Furtado estavam certas. Foi por ter criado um mercado de consumo de massas no Brasil, com a ascensão de parcela significativa da população para as classes médias e a retirada de outras tantas da linha da pobreza absoluta que o Brasil pode enfrentar e vencer rapidamente, com suas próprias forças, a grave crise que vivem os países centrais do capitalismo.

A Teoria da Dependência de FHC nunca acreditou na possibilidade de se fazer o desenvolvimento sem que a direção do processo se desse nos próprios países centrais do sistema. Avaliando como sociólogo a mentalidade empresarial brasileira, FHC sempre foi pessimista em relação a esperar das forças nacionais o nosso necessário desenvolvimento.

Daí por ser um crítico de primeira hora das ideias cepalinas que vêem o elemento externo como obstáculo ao desenvolvimento nacional, que dá imediatamente enorme audiência ao seu discurso no mundo e, por incrível que pareça, entre nossa elite empresarial que parece ter aceitado com gosto e alegria o lugar menor e subalterno que o pensamento da dependência lhes reservava, talvez porque sempre no fundo se sintam não pertencentes ao país, mas estrangeiros em sua própria terra.

Estas formulações da Teoria da Dependência mal disfarçam que requentam teses já bastante gastas entre nossas elites letradas da incapacidade de nosso povo para a civilização, para o progresso, para o trabalho livre, para o desenvolvimento. Nas formulações pessedebistas há clara desconfiança em relação ao nosso povo.

Esta é uma diferença crucial entre Dilma e Serra; Dilma acredita que nosso povo, se estimulado, se receber crédito, se receber salário, se lhe forem dadas condições educacionais e de renda, tem condições de construir um país soberano, capaz de traçar suas próprias estratégias, sem que para isso tenha que se fechar ao mundo, mas tendo uma visão alargada do próprio mundo, não vendo nele apenas o Norte, mas enfatizando a diversificação dos mercados e das relações políticas, diplomáticas e culturais, enfatizando as relações Sul-Sul, tornando o Brasil um país capaz de ajudar a impulsionar o desenvolvimento dos seus vizinhos e países assemelhados ou em níveis piores de pobreza e desenvolvimento humano. Mas se muitos luminares do PSDB não querem que se seja solidário nem no interior da nação, como mostram as políticas predatórias, a guerra fiscal movida covardemente pelo Estado mais rico da nação contra os menores Estados, e a implicância histórica serrista com a Zona Franca de Manaus.

Foi a Teoria da Dependência que inspirou já o primeiro programa econômico apresentado por um candidato tucano a concorrer à Presidência da República. O “choque de capitalismo”, prometido por Mário Covas em 1989, foi finalmente realizado por Fernando Collor e continuado nas duas gestões de FHC e se mostrou efetivamente chocante para a sociedade brasileira. A ideia de que seria expondo os setores da economia brasileira à concorrência externa, abrindo a economia para os fluxos de capital internacionais, privatizando os setores estratégicos dominados pelo Estado e os entregando a moderna gestão empresarial internacional, que se faria o país desenvolver-se, se modernizar, palavra mágica para a Teoria da Dependência henriquiana, se torna o centro das políticas econômicas do PSDB. A concorrência externa também afetaria as relações de trabalho e emprego, as modernizaria, levando a ruína à estrutura burocrático-estatal montada pelo nacional-desenvolvimentismo.

Acompanhada de políticas austeras de gastos públicos, com a redução do Estado, com a modernização e desburocratização da máquina pública, aliada ao combate à inflação, teríamos garantido o desenvolvimento sustentável, aquele que, como vimos, só dava para sustentar os privilegiados de sempre e aos novos que chegaram como um enxame de vespas no lastro do processo de privatização. Ao final, o brilhante resultado desta política, que dizem que Lula apenas continuou, pinçando aspectos menores da política econômica anterior (política de metas de inflação, de superávit primário, de contingenciamento de recursos do orçamento, política de câmbio flutuante, que se esquecem os serristas que só foi adotada depois do desastre provocado pela política de câmbio fixo e Real supervalorizado do pucboy Gustavo Franco, política que empobreceu grande parte do país, mas gerou superlucros nos setores exportadores, principalmente agroexportadores que são eternas viúvas de FHC, como mostra mais uma vez as vitórias serristas em Estados como MT, MS, PR, SC e SP, que se dane a maioria, se a minoria de sempre lucra e muito, está ótimo) que foram mantidos mas subordinados a uma lógica macroeconômica diversa: o país quebrou três vezes, a cada crise econômica em um país lá fora, pois sua economia foi atrelada e completamente exposta às vagas do capital financeiro internacional, fazendo o país acumular uma criminosa dívida em moeda estrangeira, dívida que o governo Lula tratou de reconvertê-la em moeda nacional, garantindo maior soberania sobre as contas internacionais; a quebradeira de setores inteiros da indústria nacional, com o desemprego e a falta de esperança sendo tônica de todo o período, (se reconhecemos que outros setores se dinamizaram como o de telefonia com a privatização, o de energia resultou no apagão histórico de FHC, pois o Estado deixou de investir), o arrocho salarial entre o funcionalismo público, a terceirização e precarização dos serviços se ampliaram, piorando a vida dos mais necessitados do Estado; para os das classes médias que não precisam dos serviços públicos ficou o deslumbramento das novas marcas estrangeiras nas vitrines e dos novos modelos de carros importados e celulares, agora todos se sentiam globais, viviam em Miami, a festa para poucos era geral.

As estradas viraram só buracos, com a exceção daquelas privatizadas, como as do Estado de São Paulo, entregues a grupos privados em troca do melhor preço no ato da concessão e não do menor pedágio, tal como feito no governo Lula, estratégia pensada por Dilma – basta comparar os preços dos pedágios do PSDB e do PT e se notará o jeito diferente de governar, pois se governa para outros grupos sociais, não é para as classes médias apenas, mas principalmente para incluir os mais pobres.

As estradas de ferro sucateadas, a indústria naval e a indústria bélica desmontada, a aeroespacial privatizada. Os brasileiros mais pobres começam a se submeter a migrarem até para o Japão em busca dos empregos que a Petrobrás gerava lá ou na Austrália. Amparada em ampla campanha midiática, que buscava desmoralizar a grande empresa estatal brasileira, o esvaziamento econômico e técnico da Petrobrás preparando para privatizá-la, levou ao trágico acidente do afundamento da Plataforma P-36 (o mesmo governo que não fora capaz de fazer a avançada tecnologia de uma caravela navegar, coisa que os portugueses, tidos em tão baixa conta, já o havia feito desde o século XIV, afundavam uma plataforma e com ela pretendiam afundar a Petrobrás) tal como ocorre agora com os Correios, que sofre inegável campanha de desmoralização, na esperança de que seja a primeira jóia da coroa que Serra, uma vez eleito, leiloará para que assim como na privatização da telefonia se candidatem a OESP, a Globopar, a Folha da Manhã, o Grupo Abril, que tantos esforços fazem em eleger seu candidato do coração e do bolso.

Para concluir, pois já me estendi além da conta, para que vocês meditem bem sobre o passo que darão ao entregar o país a um homem como José Serra, que a mídia que ele financia com dinheiro da educação, enquanto trata os professores de São Paulo a cacetetes e bombas de gás lacrimogêneo, diz ser o mais competente e preparado, convido vocês a ir ao Youtube e assistir um vídeo de uma entrevista dada por Serra ano passado, quando do auge da crise econômica, ao jornalista serrista e de conhecida história de adesão à extrema direita Boris Casoy, onde Serra aparece indisfarçadamente eufórico, com a possibilidade que a crise viesse acabar com a popularidade do governo Lula e facilitar as coisas para ele este ano. Para que sua vontade pessoal de ser Presidente se efetive, como bem diz Ciro Gomes, Serra pisa até no pescoço da mãe, e é capaz de torcer contra o país, que a população venha sofrer este não é um problema para ele, postura que parece ser de muitos de vocês companheiros que resolveram votar em Serra, desde que suas razões particulares justifiquem um voto que pode significar o retorno à miséria de amplos setores da sociedade brasileira, mas vocês têm este direito, votem e depois durmam o sono dos justos.

Mas esta entrevista explicita o desastre que teria sido se ao invés de Lula, de Mantega, das formulações furtadianas que eles representam, fosse o ninho tucano e sua teoria da dependência (dependência ao Norte, diria o pândego e arguto Paulo Henrique Amorim) que estivessem no poder. Serra, do alto de sua sabida arrogância e prepotência, tratou logo de desqualificar todas as medidas tomadas pelo governo Lula, com o riso cúmplice e hiênico do Casoy que arrematou que Lula estava fazendo diferente do que todo mundo estava fazendo nos países centrais do capitalismo (que petulância, como pode discordar do centro), ridicularizaram a fala do Presidente de que aqui a crise seria uma marolinha, e seria sim pois os fundamentos da economia brasileira eram outros bem diferentes da era FHC: tínhamos acumulado grande quantidade de reservas internacionais, ao contrário de perdê-las como com FHC, havíamos nos livrado do monitoramento e das restrições impostas pelos acordos com os organismos internacionais, havíamos pago a dívida com o FMI e Clube de Paris e Lula e Mantega não precisavam mais chamar a Brasília a senhora da mala do FMI a cada vez que se precisava tomar uma decisão em matéria de política econômica, industrial, cambial, financeira, salarial, etc, ou seja, Teoria da Dependência gera o que a nomeia, não duvidem.

Serra pomposo dizia: como reduzir impostos agora que todos os Estados querem preservar seu poder de investimento, como aumentar salários agora que eles tenderão a cair, como ampliar investimento no momento em que a arrecadação vai declinar. O sábio, o preparado Serra fez em São Paulo, o que faria no Brasil, aumentou impostos em plena crise, arrochou como sempre os salários (pergunte a um delegado de polícia de São Paulo o que ele acha do salário dele e porque o PCC só cresce), suspendeu investimentos, privatizou a Nossa Caixa, única empresa estatal que restava, rapidamente adquirida pelo governo federal através do Banco do Brasil, que saiu assim fortalecido da crise.

Quando viu o sucesso da política de Lula que, acima de tudo, conta com aquilo que Serra não tem e nunca vai ter: carisma e popularidade, indo a televisão convocar todos a continuar consumindo, explicando como só ele sabe fazer para a população porque era preciso manter o ciclo virtuoso da economia e não se deixar contaminar pelas nuvens negras profetizadas pelos urubólogos e urubólogas serristas de plantão na mídia e pelos próprios partidos da oposição, correu para copiar algumas medidas tomadas pela equipe econômica que ele havia chamada de inepta, que não tinha a brilhante trajetória de gestor econômico que ele tem.

Façam isso, por favor, assistam a este vídeo, e se ainda assim quiserem entregar o Brasil a Serra, que o façam, mas minha consciência estará tranqüila, tentei fazer um esforço em alertá-los. Eu e o Brasil esperam que mudem de opinião e ele não vença, se mesmo assim ele vencer vou torcer para que eu não venha a me divertir tanto quando encontrá-los, quanto me diverti meses após a posse de Collor, vendo os meus colegas coloridos que haviam votado no caçador de marajás e não no sapo barbudo com medo de perderem suas poupanças, reduzidos a CR$ 50,00 em suas contas. Assim como Collor, Serra sempre faz o que diz que não vai fazer, tenham cuidado. Abraço carinhoso a todos e um feliz e refletido voto para vocês e para o Brasil.

http://www.viomundo.com.br/politica/durval-muniz-um-convite-a-reflexao.html

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Águia e a Galinha

Um camponês criou um filhotinho de águia junto com suas galinhas. Tratando-a da mesma maneira que tratava as galinhas de modo que ela pensasse que também era uma  galinha. Dando a mesma comida jogada no chão, a mesma água  num bebedouro rente ao solo e fazendo-a ciscar para complementar a alimentação como se fosse uma galinha. E a águia passou a se portar  como se galinha fosse.
Certo dia passou por sua casa um ecologista, que vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês:
-Isto não é uma galinha, é uma águia!
O camponês retrucou: 
-Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!
O naturalista disse:
-Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa...
Levou-a para cima da casa do camponês e elevou-a nos braços e disse:
-Voa, você é uma águia, assuma sua natureza!
Masa águia não voou e o camponês disse:
-Eu não falei que ela agora era uma galinha!
O ecologista disse:
-Amanhã veremos....
No dia seguinte, logo de manhã, eles subiram até o alto de uma montanha. O ecologista levantou a  águia e disse:
-Aguia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima e os campos verdes e os campos verdes lá em baixo, veja, todas essas nuvens podem ser suas. Desperte para sua naturezae voe como águia que és...
A Águia começou a ver tudo aquilo que nunca tinha visto, ficou estática no início, até que, então, ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou, devagar, suas asas e partiu num voô lindo, até que ddesapareceu no horizonte azul.


Leonardo Boff, filósofo e teólogo, escreveu um livro intitulado A Águia e a Galinha. Ele se vale de uma lenda narrada por um educador popular, James Aggrey, de um pequeno país da África Ocidental, do início do século XX, como metáfora para refletir sobre a dualidade das forças que habitam a mente do ser humano. 
Moral da história nunca esqueça de quem você é.

"Temos Deus dentro de nós.  É tão unido a nós que ele é a nossa própria profundidade. Somos Deuspor participação. Se é então devemos reconhecer que nós não adquirimos a vida espiritual. Ao contrário nós nos descobrimos radicalmente dentro dela"

Leonardo Boff

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Entrega dos certificados

Parabéns a todos por mais essa vitória


sábado, 11 de setembro de 2010

Nada de' ilha cercada de gente por todos os lados'.

Nada de' ilha cercada de gente por todos os lados'.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
que não tem amizade a ninguém
nada de ser como tijolo que forma parede,
indiferente frio e só.
Importante na escolanão é só estudar. não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se 'amarrar nela'!
Ora, é lógico....
numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se,
ser feliz

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Crateras

Minas de Diamante Mirny, Sibéria

Essa mina detém o título de maior mina de diamantes do mundo. Com uma profundidade de 525 metros, e diâmetro de 1200, é até proibido ser sobrevoada por aeronaves, já que alguns helicópteros já foram sugados pelo buraco.

A seta vermelha na foto abaixo está apontando para um enorme caminhão.


Grande Buraco Kimberley, África do Sul

Esta é parentemente a maior escavação feita à mão do mundo. Com 1097 metros de profundidade, foram extraídos 3 toneladas de diamantes dessa mina até sua desativação em 1914.

A quantidade de terra retirada pelos trabalhadores foi estimada em 22,5 milhões de toneladas.

Represa Monticello, California, USA

Esse buraco é o maior do tipo no mundo, e é utilizado quando a represa está com a capacidade completa e precisa ter água drenada do reservatório, consumindo mais de 4000 metros cúbicos de água por segundo.



O buraco pode ser visto no canto superior esquerdo da foto acima. Se você resolvesse pular dentro, reapareceria (provavelmente morto) na base da represa (foto abaixo)

Mina do Canyon Bingham, Utah, USA

Supõe-se que essa seja a maior escavação na Terra feita pelo homem. A extração de minerais começou em 1863 e continua até hoje, o precipício constantemente aumentando de tamanho. Atualmente tem 1,2 quilômetros de profundidade e 4 de largura.


A Grande Cratera Azul, Belize

Situada a cerca de 100 km do litoral de Belize, este incrível fenômeno geográfico é conhecido com o a cratera azul. Existem diversas outras crateras azuis ao redor do mundo, mas nenhuma tão impressionante quanto esta.


Mina Diavik, Canadá

Esta incrível mina está situada a 300km à nordeste e Yellow Knife no Canadá.

A mina é tão, mas tão grande, e localizada em uma área tão remota que possui até seu próprio aeroporto, com uma pista de pouso capaz de receber um boing 737. O visual muda totalmente quando a água ao redor congela.

Sinkhole, Guatemala

Um sinkhole, ou na tradução literal, ralo da pia, é causado quando a terra no subterrâneo é removida por água da chuva, resultando no afundamento do chão.

Essas fotos são de um enorme sinkhole que ocorreu na Guatemala ainda este ano. Sugou uma dúzia de casas e matou pelo menos 3 pessoas.

As autoridades afirmaram que o buraco foi causado por um cano de esgoto estourado.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Curso de Prevenção ao Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas

Estão abertas as inscrições para o Curso de Prevenção ao Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas.
O curso é promovido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República, em parceria com o Ministério da Justiça e o Ministério da Educação, sendo e executado pela Universidade de Brasília (UnB).

Informações e inscrições: http://www.cursoeducadores.senad.gov.br/

A finalidade do curso é desenvolver programas de prevenção do uso de drogas e de outros comportamentos de risco no contexto da escola e, nesta oferta de 2010, estão abertas 25 mil vagas para todo o Brasil.

O curso será oferecido em modalidade a distância, com atividades distribuídas em 04 (quatro) módulos, em carga horária total de 120 horas distribuídas em 04 (quatro) meses com dedicação mínima de 06 horas semanais.

Os Módulos I a III ocorrerão entre 28 de setembro e 17 de dezembro de 2010 e o módulo IV ocorrerá entre 17 de janeiro e 25 de fevereiro de 2011. Após a finalização, os educadores que concluírem o curso com rendimento suficiente para aprovação receberão um certificado de curso de extensão de 120 horas emitido pela Universidade de Brasília.

Informamos ainda que esta edição do curso terá uma inovação. Serão ofertadas 60 horas adicionais para os educadores que quiserem supervisão para implementação de um projeto de prevenção de drogas na sua escola. Desse modo, será trabalhado o módulo V e a participação será opcional. O módulo acontecerá nos meses de abril e maio e sua finalização com aprovação acrescentará 60 horas na certificação do cursista.

Seguem abaixo informações importantes sobre o processo de inscrição e seleção no curso:
•  A inscrição poderá ser realizada entre os dias 10/08/2010 e 06/09/2010;

•  O processo de seleção dos educadores que realizarão o curso, acontecerá entre os dias 08/09/2010 e 14/09/2010. O educador também poderá acompanhar o resultado da seleção, no site do curso;

•  Entre os dias 15/09/2010 e 20/09/2010 os educadores selecionados receberão, no e-mail cadastrado na ficha de inscrição, login e senha para acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem.

•  É obrigatória a confirmação da matrícula entre os dias 24/09/2010 e 27/09/2010, acessando o Ambiente Virtual de Aprendizagem. Nessa semana terão início as atividades do curso.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Carta de Jêmede para Adeildo

Fazia algum tempo que eu procurava esta carta e hoje eu tive a felicidade de encontrá-la. Quando Adeildo estava internado no Hospital das Clínicas, numa das visitas de Jêmede ele levou uma carta e leu para o seu amigo com a voz embargada pela emoção. Foi um momento de fortes emoções, Jêmede  lia e Adeildo fixava o olhar no seu amigo. Jamais esquecerei aquele momento.

Eis a carta:

 Para o meu amigo Adeildo Carlos, com meu sincero lamento pela enfermidade enfrentada e com meu clamor a Deus por sua cura imediata.

Amanhã, talvez, descobriremos o sentido; mas nada importa agora, a não ser a luta. E o que é lutar, meu amigo, senão vencer desafios? Nos versos exaltados de Gonçalves Dias, encontra-se, em síntese, a seguinte afirmação: " A vida é combate que aos fracos abate; aos fortes; aos bravos; só pode exaltar"
Por que não ser guerreiro impávido e certo da vitória? Estás em luta tão árdua, na qual a manutenção da vida é o maior obstáculo. Ver-te vivo e a cada dia mais honrado e maduro é o que desejamos. Somos nesse momento, legionários confiantesno líder divino, apenas aguardando ordens e torcendo para que a missãocoincida com nossos propósitos.
Amigo, estamos cientes de que nesse universo somos meros pontos, porém sem pontos não existiria o universo... Cada vez que penso na batalha e vejo o  quão difícil ela poderá ser, não imagino a fuga; só paro e reflito: se o ataque vier por todos os lados, ficaremos com as costas unidas e nos protegeremos vigorosamente, semelhantes aos infantes medievais dos nossos sonhos.
E tudo isso porque, nesse combate, apesar de pequenos, somos únicos, pois estamos entrelaçados pelo elo da amizade. Não se vê ou se conhece tal ligação, apenas a sentimos, como as outras vibrações universais e espirituais. Por isso, no nosso abraços, singelos e humildes, nos sentimos suficientes. Ao certo,sabemos: somos amigos e nada mais importa.

Recife, 08 de março de 2004

Jêmede  Duarte Valença

Nessa foto Adeildo já estava fazendo o tratamento em casa
E depois eles se abraçaram, e eu olhava meu filho com aquela face do panda, com aspecto de retardo mas atento a tudo o que seu amigo lia. Hoje, Jêmede está concluindo o seu curso de medicina, com certeza será um grande médico. Adeildo continua na  luta pela vida , mas continuam grandes amigos.

domingo, 9 de maio de 2010

Anjo Protetor

Para as mamães, beijos do meu para o seu coração
Van

Uma criança pronta para nascer perguntou à Deus:
_Dizem-me que estarei sendo enviado à Terra amanhã.
Como eu vou viver lá, sendo assim, pequeno e indefeso?
E Deus o tranquilizou dizendo:
_Entre muitos anjos, Eu escolhi um especial para você.
Estará lhe esperando e tomará conta de você.
A criança amedrontada disse:
_Mas, diga-me: aqui no céu, eu não faço nada a não ser cantar
e sorrir, o que é suficiente para que eu seja feliz.
Serei feliz lá?
E Deus lhe disse:
_Seu anjo cantará e sorrirá para você...
A cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz.
A criança, curiosa, interrogou:
_Como poderei, entender quando falarem comigo se eu não
conheço a língua que as pessoas falam?
E Deus com uma bondade infinita respondeu:
_Com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a falar.
A criança continuou:
_E o que eu farei quando eu quiser Te falar?
Deus, com paciência lhe disse:
_Seu anjo juntará as suas mãos e lhe ensinará a rezar.
A criança assustada, perguntou ainda:
_Eu ouvi dizer que na Terra há homens maus.
Quem me protegerá?
Deus lhe acalmou dizendo:
_Seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar a própria vida.
E a criança infeliz afirmou:
_Mas eu ficarei muito triste porque não Te verei mais.
E Deus com muito amor lhe falou:
_Seu anjo sempre lhe falará sobre Mim e lhe ensinará a maneira de
vir à Mim, e Eu estarei sempre dentro de você!
Nesse momento havia muita paz no céu.
As vozes da Terra já podiam ser ouvidas.
A criança apressada, pediu suavemente:
-Oh, Deus! Se for o momento de ir agora,
diga-me, por favor, o nome do meu anjo...

Então Deus lhe revelou:

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Exaltação a Tiradentes - Elis Regina

O pequeno Burguês - Martinho da Vila

Aquarela Brasileira - Martinho da Vila

Martinho da Vila '' Tribo dos Carajás


TRIBO DOS CARAJÁS
NOITE DE LUA CHEIA
ARUANÃ !
MENINA MOÇA É QUEM MANDA NA ALDEIA
A TRIBO DANÇA E O GRANDE CHEFE PENSA
EM SUA GENTE
QUE ERA DONA DESTE IMENSO CONTINENTE
ONDE SONHOU SEMPRE VIVER DA NATUREZA

RESPEITANDO O CÉU
RESPIRANDO AR
PESCANDO NOS RIOS
E COM MEDO DO MAR

ESTRANHAMENTE O HOMEM BRANCO CHEGOU
PRA CONSTRUIR, PRA PROGREDIR, PRA DESBRAVAR

E O ÍNDIO CANTOU
O SEU CANTO DE GUERRA
NÃO SE ESCRAVIZOU
MAS ESTÁ SUMINDO DA FACE DA TERRA

ARUANÃ ! ARUANÃ AÇU
É A GRANDE FESTA
DE UM POVO DO ALTO-XINGÚ

BABY CONSUELO - TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO