Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você". (Richard Bach)
domingo, 30 de agosto de 2009
QUANDO ME TORNEI INVISÍVEL
Já não sei em que data estamos. Lá em casa não há calendários e na minha memória as datas estão todas misturadas. Me recordo daquelas folhinhas grandes, uns primores, ilustradas com imagens dos santos que colocávamos no lado da penteadeira. Já não há nada disso. Todas as coisas antigas foram desaparecendo. E sem que ninguém desse conta, eu me fui apagando também....
Primeiro me trocaram de quarto, pois a família cresceu. Depois me passaram para outro menor ainda com a companhia de minhas bisnetas. Agora ocupo um desvão, que está no pátio de trás. Prometeram trocar o vidro quebrado da janela, porém se esqueceram, e todas as noites por ali circula um ar gelado que aumenta minhas dores reumáticas. Mas tudo bem...
Desde há muito tempo tinha intenção de escrever, porém passava semanas procurando um lápis. E quando o encontrava, eu mesma voltava a esquecer onde o tinha posto. Na minha idade as coisas se perdem facilmente: claro, não é uma enfermidade delas, das coisas, porque estou segura de tê-las, porém sempre desaparecem.
Noutra tarde dei-me conta que minha voz também tinha desaparecido. Quando eu falo com meus netos ou com meus filhos não me respondem. Todos falam sem me olhar, como se eu não estivesse com eles, escutando atenta o que dizem. As vezes intervenho na conversação, segura de que o que vou lhes dizer não ocorrera a nenhum deles, e de que lhes vai ser de grande utilidade.
Porém não me ouvem, não me olham, não me respondem. Então cheia de tristeza me retiro para meu quarto e vou beber minha xícara de café. E faço assim, de propósito, para que compreendam que estou aborrecida, para que se dêem conta que me entristecem e venham buscar-me e me peçam perdão …Porém ninguém vem....
Quando meu genro ficou doente, pensei ter a oportunidade de ser-lhe útil, lhe levei um chá especial que eu mesma preparei. Coloquei-o na mesinha e me sentei a esperar que o tomasse, só que ele estava vendo televisão e nem um só movimento me indicou que se dera conta da minha presença. O chá pouco a pouco foi esfriando……e junto com ele, meu coração...
Então noutro dia lhes disse que quando eu morresse todos iriam se arrepender. Meu neto menor disse: “Ainda estás viva vovó? “. Eles acharam tanta graça, que não pararam de rir. Três días estive chorando no meu quarto, até que numa manhã entrou um dos rapazes para retirar umas rodas velhas e nem o bom dia me deu.
Foi então quando me convencí de que sou invisível...Parei no meio da sala para ver, se me tornando um estorvo me olhavam. Porém minha filha seguiu varrendo sem me tocar, os meninos correram em minha volta, de um lado para o outro, sem tropeçar em mim.
Um dia se agitaram os meninos, e me vieram dizer que no dia seguinte nós iríamos todos passar um dia no campo. Fiquei muito contente. Fazia tanto tempo que não saía e mais ainda ia ao campo!
No sábado fui a primeira a levantar-me. Quis arrumar as coisas com calma. Nós os velhos tardamos muito em fazer qualquer coisa, assim que adiantei meu tempo para não atrazá-los. Rápido entravam e saíam da casa correndo e levavam as bolsas e brinquedos para o carro.
Eu já estava pronta e muito alegre, permaneci no saguão a esperá-los. Quando me dei conta eles já tinham partido e o auto desapareceu envolto em algazarra, compreendí que eu não estava convidada, talvez porque não coubesse no carro...
...Ou porque meus passos tão lentos impediriam que todos os demais caminhassem a seu gosto pelo bosque. Senti claro como meu coração se encolheu e a minha face ficou tremendo como quando a gente tem que engolir a vontade de chorar.
Eu os entendo, eles vivem o mundo deles. Ríem, gritam, sonham, choram, se abraçam, se beijam. E eu, já nem sinto mais o gosto de um beijo. Antes beijava os pequeninos, era um prazer enorme tê-los em meus braços, como se fossem meus.
Sentía sua pele tenrinha e sua respiração doce bem perto de mim. A vida nova me produzia um alento e até me dava vontade de cantar canções que nunca acreditara me lembrar.
Porém um dia minha neta Laura, que acabava de ter um bebê disse que não era bom que os anciãos beijassem aos bebês, por questões de saúde...
Desde então já não me aproximo deles, não quero lhes passar algo mal por minhas imprudências. Tenho tanto medo de contagiá-los !
Eu os bendigo a todos e lhes perdôo, porque...
“Que culpa tem os pobres de que e u m e t e n h a t o r n a d o i n v i s í v e l ?”
PPS ORIGINAL:[JOR..CUANDO_ME_VOLVI_ INVISIBLE_A]
QUANDO ME TORNEI INVISÍVEL
TEXTO: QUANDO ME TORNEI INVISÍVEL
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: HELSAN-PRODUÇÕES
VOCABULÁRIO PARA NETOS
Estava eu no computador, após ter visitado meus netos, Luiza, Letícia e Luan, e haver ensinado um pouco do dever de casa à primeira, quando me veio à cabeça a idéia
de fazer um pequeno dicionário para que eles entendessem mais profundamente, sem a formalidade das regras gramaticais ou amarras filosóficas, o significado de algumas palavras importantes na vida de qualquer pessoa.
Texto de Luiz Gonzaga Pinheiro
VOCABULÁRIO PARA NETOS
Quem sabe um dia, quando forem adolescentes e tiverem oportunidade de ler o que eu escrevi, procurem raciocinar sobre as palavras lá contidas, e amando-as, as deixem entrar e morar em seus corações.
Engraçado é que este exercício me levou a uma séria reflexão sobre a pobreza das palavras, notadamente quando queremos expressar nossos sentimentos.
O que sentimos é imensamente mais belo e rico, de mais profundidade do que aquilo que conseguimos grafar.
Parece que quanto mais simples somos em nossa comunicação, mas nos fazemos entender e mais tocamos a corda do sentimento de quem nos lê ou escuta.
Foi por causa dessa reflexão sobre a simplicidade das palavras em nossa comunicação, que introduzi o texto abaixo neste livro, convidando os leitores para que também meditem nas palavras que utilizam, principalmente no relacionamento com quem amam.
Meu guia espiritual, Francisco, me advertira de que trataríamos de um drama muito sofrido. Que começasse pela ternura. Portanto, o texto é também uma tentativa de preparar o leitor para as dores que serão narradas.
O texto a seguir, foi retirado do livro:
"O homem que veio da sombra"
Adeus: É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica.
Amigo: É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta.
Amor ao próximo:É quando o estranho passa a ser o amigo que ainda não abraçamos.
Caridade: É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte.
Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo
Ciúme: É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo.
Cordialidade: É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo da maneira que a tratamos.
Doutrinação: É quando a gente conversa com o Espírito colocando o coração em cada palavra.
Entendimento: É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente
e a gente estando apressado não reclama.
Evangelho: É um livro que só se lê bem com o coração.
Evolução: É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás.
Fé: É quando a gente diz que vai escalar um Everest e o coração já o considera feito.
Filhos: É quando Deus entrega uma jóia em nossa mão e recomenda cuidá-la
Fome: É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia.
Inimizade: É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante.
Inveja: É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro.
Lágrima: É quando o coração pede aos olhos que falem por ele.
Lealdade: É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama.
Mágoa: É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar.
Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser.
Mediunidade com Jesus: É quando a gente serve de instrumento em uma comunicação mediúnica e a música tocada parece um noturno de Chopin.
Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade.
Netos: É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los.
Obsessor: É quando o Espírito adoece,manda embora a compaixão e convida a vingança para morar com ele.
Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia.
Orgulho: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante.
Paz: É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever.
Perdão: É uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamais a teria.
Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz.
Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.
Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece.
Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz.
Reencarnação: É quando a gente volta para o corpo, esquecido do que fez, para se lembrar do que ainda não fez.
Saudade: É estando longe, sentir vontade de voar, e estando perto, querer parar o tempo.
Sexo: É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro.
Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio.
Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho.
Solidão: É quando estamos cercado por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto.
Supérfluo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro.
Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas.
Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.
Do Livro:
"O homem que veio da sombra"
de Luiz Gonzaga Pinheiro
NÃO TE METAS NA MINHA VIDA!
(sem menção do autor)
QUANDO O TEU FILHO TE DIZ:
MÃE, PAI NÃO TE METAS !
Isto foi analisado por um sacerdote.
Hoje que estou aprofundando os meus estudos teológicos na Família, seus valores, seus princípios, suas riquezas, seus conflitos, recordo-me de uma ocasião em que escutei um jovem gritar ao seu Pai:
NÃO TE METAS NA MINHA VIDA!
Esta frase tocou-me profundamente, tanto, que freqüentemente a recordo e comento nas minhas conferências com Pais e filhos.
Se em vez de sacerdote, tivesse optado por ser pai de família,o que responderia a essa pergunta inquisitiva de meu filho?
Esta poderia ser a minha resposta:
FILHO, UM MOMENTO, NÃO SOU EU QUE ME METO NA TUA VIDA, FOSTE TU QUE TE METESTE NA MINHA!
Faz muitos anos, graças a Deus,e pelo amor que a mamãe e eu sentimos,chegaste às nossas vidas,ocupaste todo nosso tempo,ainda antes de nasceres.
A mamãe sentia-se mal, não conseguia comer,tudo o que comia, vomitava , e tinha que ficar de repouso.
Eu tive que me dividir entre as tarefas do meu trabalho e as da casa para ajudá-la.
Nos últimos meses, antes que chegasses à casa, a mamãe não dormia e não me deixava dormir.
Os gastos aumentam incrivelmente, tanto que grande parte do que ganhava era gasto contigo, para pagar um bom médico que atendesse a mamãe e a ajudasse a ter uma gravidez saudável, em medicamentos, na maternidade, em comprar-te todo um guarda-roupa.
A mamãe não podia ver nada de bebê, que não o quisesse para ti, compramos tudo o que podíamos, contando que tu estivesses bem tivesses o melhor possível.
NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?!
Chegou o dia em que nasceste:
Temos que comprar algo para dar de recordação aos que te vieram conhecer,
DISSE A MAMÃE.
Temos que adaptar um quarto para o bebê.
Desde a primeira noite não dormimos.
A cada três horas, como se fosses um alarme de relógio, despertavas para te darmos de comer.
Outras, porque te sentias mal e choravas e choravas,sem que nós soubéssemos o que fazer,pois não sabíamos o que te tinhas,até chorávamos contigo.
NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?
Começaste a andar, eu não sei quando foi que eu tive que andar mais atrás de "ti",
se quando começaste a andar ou quando pensaste que já sabias.
Já não podia sentar-me tranquilo a ler o jornal ou a ver um filme ou o jogo do meu time favorito,porque quando acordavas, te perdias da minha vista e tinha que sair atrás de ti para evitar que te machucasses.
NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?
Ainda me lembro do primeiro dia de aula.
Quando tive que telefonar para o serviço e dizer que não podia ir.
Já que tu, na porta do colégio, não querias soltar-me a mão e entrar.
Choravas e pedias-me que não fosse embora.
Tive que entrar contigo na escola,e pedir à professora que me deixasse estar ao teu lado, algum tempo, na sala, para que te fosses acostumando.
Depois de algumas semanas já não me pedias que fosse embora, como até esquecias de despedir quando saías do carro correndo para te encontrares com os teus amiguinhos.
NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?
Foste crescendo, já não querias que te levássemos às festas em casa de teus amiguinhos,pedias-nos que parássemos numa rua antes de te deixarmos e que te fôssemos buscar numa rua depois,porque já eras "cool“, top, não querias chegar cedo em casa,incomodava-te que te impuséssemos regras,não podíamos fazer comentários
sobre os teus amigos, sem que te voltasses contra nós, como se os conhecesses a eles toda a tua vida e nós fôssemos uns perfeitos "desconhecidos"
para ti.
NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?
Cada vez sei menos de ti por ti mesmo , sei mais pelo que ouço dos demais.
Já quase não queres falar comigo, dizes que apenas sei reclamar, e tudo o que eu faço está mal, ou é razão para que te rias de mim, pergunto: como, com esses defeitos, pude dar-te o que até agora tens tido.
A Mamãe passa a noite em claro e consequentemente não me deixa dormir dizendo-me:
que ainda não chegaste e que já é madrugada, que o teu celular está desligado,
que já são 3 h e não chegas.
Até que por fim podemos dormir quando acabas de chegar.
NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?
Já quase não falamos, não me contas as tuas coisas, aborrece-te falar com velhos que não entendem o mundo de hoje.
Agora só me procuras quando tens que pagar algo ou necessitas de dinheiro para a universidade, ou para sair.
Ou pior ainda, procuro-te eu, quando tenho que chamar-te a atenção.
NÃO TE METAS NA MINHA VIDA?
Mas estou seguro que diante destas palavras . .
"NÃO TE METAS NA MINHA VIDA", podemos responder juntos:
FILHO, EU NÃO ME METO NA TUA VIDA TU TE METESTE NA MINHA, EU TE ASSEGURO, QUE DESDE O PRIMEIRO DIA, ATÉ AO DIA DE HOJE, NÃO ME ARREPENDO QUE TE TENHAS METIDO NELA E A TENHAS TRANSFORMADO PARA SEMPRE!
ENQUANTO EU FOR VIVO, VOU METER-ME NA TUA VIDA, ASSIM COMO TU TE METESTE NA MINHA, PARA AJUDAR-TE, PARA FORMAR-TE, PARA AMAR-TE E PARA FAZER DE TI UM HOMEM OU UMA MULHER DE BEM!
SÓ OS PAIS QUE SABEM METER-SE NA VIDA DE SEUS FILHOS CONSEGUEM FAZER DELES, HOMENS E MULHERES QUE TRIUNFAM NA VIDA E SÃO CAPAZES DE AMAR!
PAPAIS:
MUITO OBRIGADO!
Por se meterem na vida dos seus filhos.
Ah, melhor ainda, corrijo, por terem deixado que os seus filhos se metam nas suas vidas!
E para vocês filhos:
VALORIZEM OS SEUS PAIS. NÃO SÃO PERFEITOS, MAS AMAM VOCÊS E TUDO O QUE DESEJAM É QUE VOCÊS SEJAM CAPAZES DE ENFRENTAREM A VIDA E TRIUNFAREM COMO HOMENS DE BEM !
A vida dá muitas voltas, e, em menos tempo do que vocês imaginam, alguém lhes dirá:
“NÃO TE METAS NA MINHA VIDA!”
A paternidade não é um capricho ou um acidente, é um dom de Deus, que nasce do Amor!
Deus os abençoe!
A TODOS!
Crianças (Música: Canção Para Criança - Jady Ohana)
Canção Para Criança
Jady Ohana
Idioma original: POR
Criança na rua
Bem perto de você.
A luz dos seus olhos
Tem algo prá dizer.
Criança na rua
Você olha e não vê
Que a luz dos seus olhos
Tem algo prá dizer
Que é a fome que mata a última esperança
De quem não teve tempo de ser uma criança.
Ironia é saber
Criança não sabe ler
Ironia é saber
Que nos olhos de cada criança
Há uma rosa pra florescer.
Criança na rua
Bem perto de você
A luz dos seus olhos tem algo prá dizer e diz
Que é a fome que mata a última esperança
De quem não teve tempo de ser uma criança.
Pais maus
Dr. Carlos Hecktheuer
(Médico Psiquiatra)
O texto anexo foi entregue pelo professor de Ética e Cidadania; Sr. Roberto Candelori, da escola Objetivo/Americana,SP. a todos os alunos da sala de aula, para que entregassem a seus pais.
A única condição solicitada pelo mesmo, foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura.
O texto a seguir transcrito, foi publicado recentemente por ocasião da morte estúpida de Tarcila Gusmão e Maria Eduarda Dourado, ambas de 16 anos, em Maracaípe – Porto de Galinhas, PE, depois de 13 dias desaparecidas.
As mães revelaram desconhecer os proprietários da casa onde as filhas tinham ido “curtir” o fim de semana.
A tragédia abalou a opinião pública e o crime permanece, ainda, sem resposta.
PAIS MAUS
(Dr. Carlos Hecktheuer, Médico Psiquiatra)
“Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes: - Eu vos amei o suficiente para lhes ter perguntado aonde iam, com quem iam e a que horas regressariam...
Eu vos amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e ter feito com que eles soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu vos amei o suficiente para lhes ter feito pagar pelos rebuçados que tiraram do supermercado ou pelas revistas do jornaleiro, e dizerem ao dono: “Nós tiramos isto ontem e queríamos pagar”.
Eu vos amei o suficiente para ter ficado em pé, junto deles, duas horas, enquanto limpavam seus quartos, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu vos amei o suficiente para lhes deixar ver, além do amor que eu sentia por eles o desapontamento e, também, as lágrimas nos meus olhos.
Eu vos amei o suficiente para lhes deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu vos amei o suficiente para lhes dizer NÃO, quando eu sabia que eles poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram).
Estas, foram as mais difíceis batalhas travadas. Estou contente. Venci... Porque, no final, eles venceram também!
E qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a
lógica que motiva os pais e as mães; e lhes perguntarem se os seus pais eram maus,
os meus filhos vão lhes dizer:
“Sim, os nossos pais eram maus. Eram os piores do mundo...
As outras crianças comiam doces no café e nós tinhamos que comer cereais, ovos, torradas.
As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes ao almoço e nós tinhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
Nossos pais tinham que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.
“Insistiam que lhes disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.
Nossos pais insistiam sempre conosco para que lhes disséssemos sempre a verdade e simplesmente, apenas a verdade.
E, quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata”!
“Nossos pais não deixavam os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para que os nossos pais os conhecessem.
Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelo menos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aqueles chatos levantavam para saber se a festa foi boa.. “(só para verem como estávamos ao voltar)”.
“Por causa dos nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência.”
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime”.
“FOI TUDO POR CAUSA DOS NOSSOS PAIS!”
“Agora, que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o melhor para sermos “PAIS MAUS”, como eles foram.
ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE:
“ NÃO HÁ TANTOS “MAUS PAIS”
Pais E Filhos
Legião Urbana
Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
Estátuas e cofres
E paredes pintadas
Ninguém sabe
O que aconteceu...
Ela se jogou da janela
Do quinto andar
Nada é fácil de entender...
Dorme agora
Uuummhum!
É só o vento
Lá fora...
Quero colo!
Vou fugir de casa
Posso dormir aqui
Com vocês
Estou com medo
Tive um pesadelo
Só vou voltar
Depois das três...
Meu filho vai ter
Nome de santo
Uummhum!
Quero o nome
Mais bonito...
É preciso amar haahaa as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar
Prá pensar
Na verdade não há...
Me diz, por que que o céu é azul
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim...
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua
Não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar...
Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais
Huhuhuhu!...ouh! ouh!...
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar
Prá pensar
Na verdade não há...
Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais
Não entendem
Mas você não entende seus pais...
Você culpa seus pais por tudo
Isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?
Será-Legião urbana
Legião Urbana
Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
Tire suas mãos de mim
Eu não pertenço a você
Não é me dominando assim
Que você vai me entender
Eu posso estar sozinho
Mas eu sei muito bem aonde estou
Você pode até duvidar
Acho que isso não é amor.
Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?
Nos perderemos entre monstros
Da nossa própria criação
Serão noites inteiras
Talvez por medo da escuridão
Ficaremos acordados
Imaginando alguma solução
Prá que esse nosso egoísmo
Não destrua nosso coração.
Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?
Brigar prá quê?
Se é sem querer
Quem é que vai
Nos proteger?
Será que vamos ter
Que responder
Pelos erros a mais
Eu e você?
Um mundo sem diferenças
Grande filósofo chinês em uma de suas viagens. Confúcio, cerca de 500 anos antes de Cristo, foi informado que na próxima aldeia à ser visitada, morava um garoto tido por todos como muito
inteligente e falante. Chegando lá, Confúcio quis encontrar-se com o garoto e fez questão de conversar com o menino; a conversa estendeu-se por várias horas, e quase no final do assunto o garoto citou que era muito estranho admitir que a superfície do planeta era realmente uma combinação, aparentemente disforme e sem sentido, de altitudes diferenciadas, como, por exemplo, montanhas tão altas que nunca perdem sua cobertura de neve eterna ao lado de vales
planícies e até mesmo lagos e rios.
Passaram então a imaginar como construiriam o mundo caso tivessem tal chance?
O menino defendeu a idéia que sua Terra seria perfeita, isto é, sem acidentes geográficos, com a mesma altitude, sem montanhas, lagos ou depressões.
Confúcio encerrou a conversa, e o menino mais inteligente da aldeia ficou vangloriando-se de sua própria idéia: se ele fosse Deus, criaria um novo planeta, perfeito sem diferenças!
Caminhando um pouco mais, no meio da rua Confúcio viu, ao lado de um pequeno córrego, um menino brincando – por coincidência, de idade , próxima à do menino “sábio” da aldeia.
Confúcio foi até ele e brincando perguntou: “ Que tal se você me ajudasse a acabar com as desigualdades do mundo inventando uma nova Terra em que não houvesse diferenças entre as montanhas, os rios, os lagos e - quem sabe até – entre as pessoas”
Por um instante o menino ficou quieto.
Depois de muito refletir, e talvez sem saber direito quem era aquele adulto que passava pela sua aldeia , ele finalmente respondeu ao sábio:
“ Por que acabar com as desigualdades?
Se achatarmos as montanhas, os pássaros não terão mais abrigo.
Se acabarmos com a profundidade dos rios e dos mares, todos os peixes morrerão.
O mundo é muito vasto, muito rico, cheio de oportunidades, por isso, deixe-o com suas diferenças.”
Naquele dia o grande filósofo chinês confirmou, mais uma vez, que sabedoria não está necessariamente na mente daqueles considerados mais sábios, mas sim na daqueles que conseguem perceber o motivo das coisas simples, intrigantes e maravilhosamente desiguais.
As três parábolas
Tomei uma criança pela mão, a fim de andarmos juntas parte do caminho. Eu deveria lavá-la ao Pai. A Tarefa me amedrontou, tão terrivel me pareceu a responsabilidade.
Falei, então, com a criança apenas sobre o Pai.
Pintei a severidade do Pai, caso ela o desagradasse. Andamos sob as árvores e eu disse que o Pai tinha poder para derrubá-la num minuto, com seus raios possantes.
Andamos ao sol, e lhe falei, sobre a grandeza do Pai que fez o sol ardente,esplendoroso.
Ao cair da tarde um dia, nos encontramos com o Pai.
A criança se escondeu por trás de mim.
Tinha medo, não queria olhar aquela face tão cheia de amor.
Ela lembrou-se da minha descrição.
Não quis colocar sua mãozinha na mão do Pai.
Fiquei entre a criança e o Pai.
Refleti.
Eu tinha sido tão conscienciosa, tão séria.
Tomei uma criança pela mão. Eu deveria levá-la ao Pai. Senti-me esmagada pela multidão de coisas que deveria ensinar-lhe. Não nos demoramos, mas corremos todo o caminho. Num minuto comparávamos as folhas das árvores e no dia seguinte examinávamos o ninho de um pássaro.
Enquanto a criança me fazia perguntas a respeito, eu a empurrava para caçar uma borboleta.
Se por acaso adormecia eu a despertava, a fim de que não perdesse nada.
Eu queria que ela visse. Falamos do Pai muitas vezes e rapidamente derramei em seus ouvidos todas as histórias que deveria saber, mas fomos em diversas ocasiões interrompidos pelo soprar do vento, do qual devíamos falar, pelo sair das estrelas, que tínhamos que estudar, pelo riacho murmurante, que precisávamos acompanhar até a sua fonte.
E então, ao cair do dia, encontramos o Pai.
A criança o olhou de relance.
O Pai estedeu-lhe a mão, mas ela não se interessou o basstante para tomá-la.
Pontos febris queimavam em seu rosto, ela caiu exausta no chão e adormeceu.
Eu estava de novo entre a criança e o Pai.
Eu lhe ensinara tanta, tantas coisas.
Tomei uma criança pela mão para levá-la ao Pai. Meu coração estava cheio de gratidão pelo alegre privilégio.
Andamos devagar.
Modereimeus passos pelo dela.
Falamos das coisas que a criança ia notando.
Algumas vezes era um dos pássaros do Pai.: observamos quando construía seu ninho e vimos ovos que nele depositava.
Conversamos depois sobre os cuidados que ele tinha com seus filhotes.
Outras vezes apanhávamos as flores do Pai e acariciavámos as pétalas macias, apreciando suas lindas cores.
Com frequência contávamos histórias do Pai.
Eu as contava à criança e ela para mim.
Nós contávamos uma para a outra essas histórias repetidamente.
De tempo em tempo parávamos, encostando nas árvores do pai e deixando que o ar feito por Ele refrescasse nosso rosto, sem falar.
E ao fim do dia, encontramos o Pai.
Os olhos da criança brilharam
Ela olhou com amor, confiança e alegria para a face do Pai, colocando sua
Mão na mão dele.
Naquele momento fui esquecida.
E me alegrei.
Extraído do livro: As sete necessidades Básicas da criança.
sábado, 29 de agosto de 2009
Quando falar sobre o amor
(GLÁCIA DAIBERT)
Quando falar sobre amor, finja nada conhecer, para absorver cada frase que brote do coração.
Quando falar sobre a dor, deixe abertas as janelas da alma para compreender que amor e dor são tão parecidos que até os confundimos, ao vê-los bem de pertinho.
Quando falar sobre a paz, faça-o no rumor da guerra, para ser ouvido na mais alta voz.
Quando falar sobre sonhos, acorde, para vivê-los na melhor lucidez do seu dia.
Quando falar de amizade, estenda a mão aos seus inimigos, para que possa provar a si mesmo aquilo que gosta de dizer aos outros.
Quando falar de fome, faça um minuto de jejum, para lembrar daqueles que jejuam todos os dias.
Quando falar de frio, abrace alguém.
Quando falar de felicidade, acredite nela.
Quando falar de fé, cerre os olhos para encontrar a razão daquilo em que crê.
Quando falar de Deus, faça-o pelo silêncio do seu testemunho.
Quando falar de si mesmo, aprenda a calar, para entender o amor, a dor, a paz, os sonhos....
"O poder desarmado".
"Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor.
Vinham da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças.
Levei apenas uma hora para saber o motivo.
Bete fora acusada de não ser mais virgem e os irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra.
Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem.
Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado.
Agarrada pelos cabelos e dominada,não conseguiu passar no exame ginecológico.
O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo.
Realmente; esqueceu, morrendo tuberculosa.
Estes episódios marcaram para sempre, e a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres?
Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar.
Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos.
Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas.
Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas.
Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindobom sucesso nas passarelas do samba.
Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens.
E, com isso, Barbies de facaria, provocaram em muitas outras mulheres - as baixinhas,as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima.
Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composta de moças.
Em que mulheres se afirmam na magistratura,na pesquisa científica, na política, no jornalismo.
E, no momento em que as pioneiras do minismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo.
Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade.
Até porque elas são desarmadas pela própria natureza.
Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representadopor pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais.
Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas.
Ninguém lhe dá, na primeira infância,um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência
As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto
Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência.
É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz.
E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher.
Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa.
Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos
Respeito ao seu dorso que engrossou,porque elas carregam o país nas costas.
São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer à ternura de suas mentes e a doçura de seus corações.
"Nem toda feiticeira é corcunda.
Nem toda brasileira é só bunda.“
AUTORA DO TEXTO:Heloneida Studart
(Jornal do Brasil, 06/02/2001)
POR FAVOR ME TOQUE
Philips Davis
Se sou seu BEBÊ, por favor me toque.
Preciso do seu afago de uma maneira que talvez nunca saiba.
Não se limite a me banhar, trocar minha fralda e me alimentar.
Mas me embale estreitando, beije o meu rosto e acaricie o meu corpo.
Seu carinho gentil, confortador, transmite segurança e amor.
Se sou sua CRIANÇA, por favor me toque.
Ainda que eu resista e até rejeite.
Insista, descubra um jeito de atender minha necessidade.
Seu abraço de boa noite ajuda adoçar meus sonhos.
Seu carinho de dia me diz o que você sente de verdade.
Se sou seu ADOLESCENTE, por favor me toque
Não pense que eu, por estar quase crescido,
já não precise saber que você ainda se importa, necessito de seus braços carinhosos, preciso de uma voz terna
Quando a vida fica difícil, a criança em mim volta a precisar.
Se sou seu AMIGO, por favor me toque.
Nada como um abraço afetuoso, para saber que você se importa.
Um gesto de carinho, quando estou deprimido, me garante que sou amado.
E me reafirma que não estou só, seu gesto de conforto talvez seja o único que eu siga.
Se sou seu PARCEIRO SEXUAL, por favor me toque,talvez você pense que sua paixão basta.
Mas só seus braços detém meus temores
Preciso do seu toque, terno e confortador, para me lembrar de que sou amado apenas porque eu sou eu.
Se sou seu FILHO ADULTO, por favor me toque.
Embora até ter minha própria família para abraçar, ainda preciso dos braçosde mamãe e papai quando me machuco.
Como pai, a visão é diferente. Eu os estimo mais.
Se sou seu PAI IDOSO, por favor me toque.
Do jeito que me tocaram quando eu era bem pequeno.
Segure minha mão, sente-se bem perto de mim, dê-me força
E aqueça o meu corpo cansado com sua proximidade.
Minha pele, ainda que muito enrugada, adora ser afagada.
Não tenha medo
Apenas me toque
OS ESTATUTOS DO HOMEM
THIAGO DE MELO
(Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony
Art.I
Fica decretado que agora vale a verdade, que
agora vale a vida, e que,de mãos dadas, trabalharemos
todos pela vida verdadeira.
Art. II
Fica decretado que todos, os dias da semana
inclusive as terças-feiras mais cinzentas têm direito a converter-se em manhãs de domingos.
Art.III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todasas janelas, que os girassóis
terão direito a abrir-se dentro da sombra.
E que as janelas devem permanecer abertas para o
verde onde cresce a esperança.
Art. IV
Fica decretado que o homem não precisará
nunca mais duvidar do homem.Que o homem confiará
no homem como a palmeira confia no vento, como o
vento confia no ar. Como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo Único
O homem confiará no homem como um menino confia em outro menino.
Art. V
Fica decretado que os homens estão livres
do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio. Nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo,
porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
Art VI
Fica estabelecida, durante os séculos da vida,
a prática sonhada pelo profeta Isaías.
E o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida
de ambos terá o mesmo da aurora.
Art. VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade, e
a alegria será uma bandeira generosa para sempre
desfraldada na alma do povo.
Art.VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi
e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama
sabendo que é a água que dá a planta o milagre da flor.
Art IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha
no homem o sinal de seu suor. mas que sobretudo
tenha sempre o quente sabor da ternura.
Art. X
Fica permitido a qualquer pessoa a qualquer
hora da vida, o uso do traje branco.
Art. XI
Fica decretado, por definição, que o homem
é um animal que ama e que por isso é belo, muito
mais belo que a estrela da manhã.
Art XII
Decreta-se que nada será obrigado nem
proibido, tudo será permitido inclusive brincar
com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com
uma imensa begônia na lapela
Parágrafo Unico
Só uma coisa fica proibida, amar sem amor.
Art. XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca
mais comprar o sol das manhãs de sol vindouras.
Expulsos do grande baú do medo, o dinheiro, se
transformará em uma espada fraternal para, defender o
direito de cantar ea festa do dia que chegou.
Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será
suprimida dos dicionários e do pântanao enganoso das
bocas. A partir deste instante, a liberdade será algo
vivo e transparente como um fogo ou um rio, e sua
morada será sempre O coração do homem
O Tamanho das Pessoas...
Willian Shakespeare
O Tamanho das Pessoas...
Os Tamanhos variam conforme o grau de envolvimento...
Uma pessoa é enorme para ti, quando fala do que leu e viveu, quando te trata com carinho e respeito, quando te olha nos olhos e sorri .
É pequena para ti quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e até mesmo o amor
Uma pessoa é gigante para ti quando se interessa pela tua vida, quando procura alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto contigo. E pequena quando se desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos da moda.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. O nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de acções e reacções, de expectativas e frustrações.
Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande... é a sua sensibilidade, sem tamanho...
Quase
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."
NAQUELE DIA TOMEI UM TOMBO...E APRENDI
José Azevedo Soares
E assim, naquele dia que parecia como outro qualquer, decidi que o meu maior triunfo seria sobre mim mesmo. E assim, naquele dia que parecia como outro qualquer, meu mundo tornou-se cinzento.
Aprendi que as quedas são estímulos para que aprendamos a levantar, com dignidade e com coragem. Aprendi que para olhar o mundo, é preciso estar no chão.Eu só o conhecia do alto da minha arrogância. Aprendi que nada nos acontece por acaso.
Sempre há um “para que”. Descobri que nunca tinha questionado se minhas ambições incluíam a ética.
Descobri as caras feias que eu estava vendo nada mais eram que meus reflexos em milhares de espelho. Naquele dia descobri que meus rivais e meus desafetos eram
apenas ameaças à minha insegurança. .
As sombras que me seguiam nada mais eram do que o reflexo negro da minha alma.
Descobri que carregava em mim um Ego muito maior que eu.
Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tenha sido.
Descobri que as minhas ambições eram fruto da minha enorme onipotência.
Aprendi também que de nada serve ser luz se não posso iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, deixei de ser um propagandista dos meus triunfos passados e passei a ser a minha luz do presente.
Naquele dia, deixei de ser o comercial do meu pseudo-conhecimento e passei a aprender um pouco mais. Aprendi também que de nada serve saber se não posso compartilhar e legar o conhecimento.
Que para multiplicar o pão de cada dia, é preciso dividí-lo. Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim continuar a subida. Aprendi que a vitória duradoura não vem de sopetão. Ela é conquistada por etapas. Eu subi rápido demais, alto demais! Vi que na luta pelos meus objetivos, o maior é lutar. E que são os caminhos sofridos que nos amadurecem e domam.
Aprendi que posso fazer qualquer coisa e arcar com a responsabilidade das quedas.
Deixei de me importar com quem ganha ou perde, e me importar simplesmente com quem faz.
Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade para aprender a achar soluções.
Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de recomeçar Decidi ver cada noite como um mistério a resolver. Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.
Aprendi que as palmeiras altas e eretas, nos dão uma lição de dignidade e postura, diante das intempéries da vida.Aprendi que o melhor triunfo que posso ter, é ter o direito de chamar alguém de "amigo".
Descobri que o amor é mais que um simples estado enamorado, "o amor é uma decisão de vida. Vi que não estava protegendo aqueles que eu amo. Quando o bem é precioso demais, todo zelo é pouco. E que eu não sou o bem mais precioso!
Aprendi que a compaixão não é sentimentalismo e sim humanidade. Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para fazer a realidade. Aprendi que a imagem do inatingível é o que nos aciona para que o busquemos. Tudo para mim foi atingível!
E desde aquele dia já não batalho para triunfar e sim para lutar no combate.
E desde aquele dia já não durmo para descansar simplesmente... durmo para sonhar!
E desde aquele dia já não vivo mais para ganhar e sim para viver.
Para cair...
Para levantar...
Para continuar...
Para chorar...
Para perdoar...
Para respeitar...
Para amar...
... Para aprender e para decidir sobre quem eu quero ser.
Código de ética dos Índios Norte-Americanos
Levante com o Sol para orar.
Ore sozinho. Ore com freqüência.
O Grande Espírito o escutará, se você ao menos, falar.
Seja tolerante com aqueles que estão perdidos no caminho.
A ignorância, o convencimento, a raiva, o ciúme e a avareza, originam-se de uma alma perdida.
Ore para que eles encontrem o caminho do Grande Espírito.
Procure conhecer-se, por si mesmo.
Não permita que outros façam seu caminho por você.
É sua estrada, e somente sua.
Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você.
Trate os convidados em seu lar com muita consideração.
Sirva-os o melhor alimento, a melhor cama e trate-os com respeito e honra.
Não tome o que não é seu.
Seja de uma pessoa, da comunidade, da natureza, ou da cultura.
Se não lhe foi dado, não é seu.
Respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a Terra.
Sejam elas pessoas, plantas ou animais.
Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas.
Nunca interrompa os outros nem ridicularize, nem rudemente os imite.
Permita a cada pessoa o direito da expressão pessoal.
Nunca fale dos outros de uma maneira má.
A energia negativa que você colocar para fora no universo, oltará multiplicada a você.
Todas as pessoas cometem erros.
E todos os erros podem ser perdoados.
Pensamentos maus causam doenças da mente, do corpo e do espírito.
Pratique o otimismo.
A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós.
Toda a natureza faz parte da nossa família Terrenal.
As crianças são as sementes do nosso futuro.
Plante amor nos seus corações e ágüe com sabedoria e lições da vida.
Quando forem crescidos, dê-lhes espaço para que cresçam.
Evite machucar os corações das pessoas.
O veneno da dor causada a outros, retornará a você.
Seja sincero e verdadeiro em todas as situações.
A honestidade é o grande teste para a nossa herança do universo.
Mantenha-se equilibrado. Seu corpo Espiritual, seu corpo Mental, seu corpo Emocional e seu corpo Físico: todos necessitam ser fortes, puros e saudáveis.
Trabalhe o seu corpo Físico para fortalecer o seu corpo Mental.
Enriqueça o seu corpo Espiritual para curar o seu corpo Emocional.
Tome decisões conscientes de como você será e como reagirá.
Seja responsável por suas próprias ações.
Respeite a privacidade e o espaço pessoal dos outros.
Não toque as propriedades pessoais de outras pessoas, especialmente objetos religiosos e sagrados. Isto é proibido.
Comece sendo verdadeiro consigo mesmo.
Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar os outros.
Respeite outras crenças religiosas.
Não force suas crenças sobre os outros.
Compartilhe sua boa fortuna com os outros.
Participe com caridade.
CONSELHO INDÍGENA INTER-TRIBAL NORTE AMERICANO
Deste conselho participam as tribos : Cherokee Blackfoot, Cherokee,
Lumbee Tribe, Comanche, Mohawk, Willow Cree, Plains Cree, Tuscarora,
Sicangu Lakota Sioux, Crow (Montana), Northern Cheyenne (Montana)
E os homens brancos julgam-se mais civilizados e evoluídos que os índios. . .
Apólogo judaico
Um dia, a Verdade andava visitando os homens sem roupas e sem adornos, tão nua como o seu nome.
E todos que a viam, viravam-lhe as costas de vergonha ou de medo.
E ninguém lhe dava as boas-vindas.
Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, rejeitada e desprezada.
Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola,
que passeava alegremente, num traje belo e muito colorido.
- Verdade, por que estás tão abatida? - perguntou a Parábola.
- Porque devo ser muito feia, já que os homens me evitam tanto!
- Que disparate! - riu a Parábola - não é por isso que os homens te evitam.
Toma, veste algumas das minhas roupas e vê o que acontece.
Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola e,
de repente, por toda a parte onde passava, era bem-vinda.
Isto porque os homens não gostam de encarar a Verdade nua,
eles a preferem sempre disfarçada.
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