sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Gafanhoto

Lenda árabe desvenda, em ricas parábolas, a magia das diferenças

Georges Bourdoukan

Conta-se, mas Allah sabe mais, que há muitos e muitos anos vivia no oásis de Bukra um povo cuja bondade nem o tempo conseguia medir. Esse povo era guardião do Kitab-ul-Kutub (livro dos lvros) que deveria servir de guia para a humanidade e de forma alguma poderia cair em mãos erradas, sob o risco de despertar o Incontrolável. Na capa, letras circundavam a figura de um gafanhoto onde se lia:

Ser humano é entender que a
Diversidade leva à unidade,
Que a unidade leva à solidariedade,
Que a solidaridade leva à igualdade,
Que a igualdade leva à liberdade,
Que a liberdade leva à diversidade.


Nas páginas internas, desenhos de animais vinham acompanhados de parábolas.

A do cavalo dizia:

"Vivemos num eterno círculo,
onde as retas não tem fim"






A do camelo apregoava:




"Impossível e nunca são palavras que não
devem ser pronunciadas porque a natureza
humana não suporta limites"




A da gazela ensinava:
"A sabedoria é como a água,
quem não tem sede não sente
prazer em beber"





A da águia alertava:

"Nenhuma coisa pode ser vista
se não souber como vê-la"









A do touro lamentava:

"Quem pensa somente no futuro é um insensato;
afinal, o que o futuro lhe trouxe?"









A do escorpião instruía:




"Fuja do hábito ou ele acabará anulando a sua vida"







A da serpente proclamava:


"Imortal, a humanidade jamais terá fim,
pois Deus precisa do homem para existir"








Na página central , ao lado da imagem do gafanhoto , um texto esclarecia:

"O gafanhoto reúne a natureza e a forma dos sete viventes.
Tem a cabeça do cavalo,
o pescoço do touro,
as asas da águia,
os pés do camelo,
a cauda da serpente,
o ventre do escorpião,

e os chifres da gazela.
Se você chegou até aqui e não entendeu a mensagem, não prossiga.
Observe e aprenda que os animais são mais generosos que, os homens , pois nunca se viu um leão escravo de outro leão, nem cavalo de outro cavalo."

Não se sabe o que aconteceu com o povo de Bukra nem com o livro. Beduínos da tribo dos Bani-Nujum deixaram relatos de que eles teriam se ocultado para proteger o livro do Al-Dajal,Trazido pelo vento norte. E que um dia reapareceriam para que a humanidade pudesse entender o significado do círculo.

2 comentários:

  1. gostei da lenda nao muito mas um pouco
    essa lenda é verdade?

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  2. oi gente é o Geziel
    Se alguem for imprimir.
    por favor imprime uma pra mim

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