Na verdade, como mais adiante discutiremos, a razão de ser da educação libertadora está no seu impulso conciliador. Daí que tal forma de educação implique a superação da contradição educador-educandos, de tal maneira que se façam ambos, simultaneamente, educadores e educandos.
Na concepção “bancária” que estamos criticando, para a qual a educação é o ato de depositar, de transferir, de transmitir valores e conhecimento, não se verifica nem pode verificar-se esta superação. Pelo contrário, refletindo a sociedade opressora, sendo dimensão da “cultura do silêncio”, “a educação bancária” mantém e estimula a contradição.
Daí então, que nela:
a) o educador é o que educa, os que são educados;
b) o educador é o que sabe; educandos, os que não sabem:
c) o educador é o que pensa; os educandos, os pensados:
d) o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente:
e) o educador é o que disciplina; os educandos os disciplinados:
f) o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que seguem sua prescrição;
g) o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do educador;
h) o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, jamais ouvidos nesta escolha. Se acomodam a ele:
i) o educador identifica a autoridade do funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele;
J) o educador, finalmente é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos.
Se o educador é o que sabe; se os educandos são os que nada sabem, cabe aquele dar, entregar, levar, transmitir o seu saber aos segundos. Saber que deixa de ser de “ experiência vivida” para ser de experiência narrada ou transmitida.
Não é de estranhar, pois, que nesta visão “bancária” da educação, os homens sejam vistos como seres da adaptação, do ajustamento. Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência crítica do que resultaria a sua inserção no mundo, como transformadores dele. Como sujeitos. (...)
(...) A educação problematizadora coloca, desde logo, a exigência da superação da contradição educador – educandos. Sem esta, não é possível a relação dialógica .
Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os argumentos de” autoridade” já não valem. E que, para ser-se, funcionalmente. Se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas.
(FREIRE, P. Pedagogia do oprimido, 3ª ed. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 1975. P.67-8, 78-9.)
Gostei da forma que fala do educador pra mim o certo é a letra a) que fala que o educador é o que educa mais tãmbém é educado porque o educador vive aprendemdo e para aprender não tem hora e nem idade.
ResponderExcluirBeijos Carla
Também gostei da forma que fala do educador pra mim a melhor e a letra b)O educador é o que sabe educamdo os que não sabe pois o educador e aqule que imsina.
ResponderExcluirbeijos Patricia
Na visão de Paulo Freire,todos tem a oportunidade de ser capaz,e de torna-se críticos em transformar a realidade social em uma nova perspectiva ...Nana -To
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