terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Bem - Aventuranças do educador


Feliz os educadores
Que tomam consciência do conflito em que estão metido e nele partido pelo projeto social dos empobrecidos, porque assim contribuirão para a transformação da sociedade.

Infelizes os educadores
Que imaginam que a ação educativa é politicamente neutra porque acabam transformando a educação num instrumento de ocultação das contradições da realidade social e de reprodução da ideologia e das relações sociais vigentes.

Feliz os educadores
Que sabem articular o saber chamado científico com o saber popular porque ajudarão as classes populares a afirmar sua identidade cultural.

Infelizes os educadores
Que transmitem mecanicamente um saber elitista porque contribuem para reforçar a marginalização e a dominação cultural do povo.

Feliz os educadores
Que aprendem a dialogar com os educandos porque resgatam a comunicação pedagógica criadora no processo educativo.

Infelizes os educadores
Que impedem os educandos de dizer sua palavra, porque estão reproduzindo a educação do colonizador.

Feliz os educadores
Que se tornam competentes em suas "disciplinas" ensinando a "desopacizar" ideologicamente seus conteúdos porque ajudarão os educandos a se apropriarem do saber como ferramenta de luta na defesa e afirmação de sua dignidade.

Infelizes os educadores
Que não se esforçam para ser criticamente competentes porque enfraquecerão mais ainda o poder cultural das classes oprimidas reforçando o autoritarismo cultural das classes dominantes.

Feliz os educadores
Que procuram se organizar para conquistar melhores melhores salários e melhores condições de ensino porque estão ajudando a conquistar a educação a que o povo tem direito.

Infelizes os educadores
Que atuam isoladamente, buscando apenas seus próprios interesses deixam de contribuir para a conquista de uma escola digna.

Feliz os educadores
Que iluminam a sua prática com o sonho de um futuro novo em que as pessoas aprendam através de novas relações sociais, as lições da justiça e da solidariedade.

Infelizes os educadores
Que não sonham por que não terão a coragem de se comprometer na luta criadora de uma nova sociedade a partir de sua prática educativa.

Felizes os educadores
Que aprendem a fazer da ação de cada dia a semente da nova sociedade.

Infelizes os educadores
Que pensam que as coisas novas só aparecerão no futuro por que nem receberão nem farão perceber que o "novo" já está no meio de nós, brotando de nosas práticas transformadoras, solidárias com a luta dos espoliados da terra.

Reflexão de Pe. José Ivan Pimenta Teófilo

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