sábado, 31 de janeiro de 2009

Enterro do "Não Consigo"!!


Enterro do "Não Consigo"!!

Esta história foi contada por Chick Moorman, e aconteceu numa escola primária do estado de Michigan, Estados Unidos.

Ele era supervisor e incentivador dos treinamentos que ali eram realizados e um dia viveu uma experiência muito instrutiva, conforme ele mesmo narrou:
Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti.
Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa, preenchendo uma folha de caderno com idéias e pensamentos.
Uma aluna de dez anos, mais próxima de mim, estava enchendo a folha de "não consigos".
"Não consigo chutar a bola de futebol além da segunda base."
"Não consigo fazer divisões longas com mais de três números."
"Não consigo fazer com que a Debbie goste de mim."
Caminhei pela sala e notei que todos estavam escrevendo o que não conseguiam fazer.
"Não consigo fazer dez flexões."
"Não consigo comer um biscoito só."
A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade, e decidi verificar com a professora o que estava acontecendo e percebi que ela também estava ocupada escrevendo uma lista de "não consigos".
Frustrado em meus esforços em determinar porque os alunos estavam trabalhando com negativas, em vez de escrever frases positivas, voltei para o meu lugar e continuei minhas observações.
Os estudantes escreveram por mais dez minutos.
A maioria encheu sua página.
Alguns começaram outra.
Depois de algum tempo os alunos foram instruídos a dobrar as folhas ao meio e colocá-las numa caixa de sapatos, vazia,que estava sobre a mesa da professora.
Quando todos os alunos haviam colocado as folhas na caixa,Donna acrescentou as suas, tampou a caixa,colocou-a embaixo do braço e saiu pela porta do corredor. Os alunos a seguiram.
E eu segui os alunos.
Logo à frente a professora entrou na sala do zelador e saiu com uma pá.
Depois seguiu para o pátio da escola, conduzindo os e saiu com uma pá
Depois seguiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até o canto mais distante do playground.
Ali começaram a cavar.
Iam enterrar seus "não consigo"!
Quando a escavação terminou, a caixa de "não consigos" foi depositada no fundo
e rapidamente coberta com terra.
Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de pé,em torno da sepultura recém cavada.
Donna então proferiu louvores.

"Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do 'não consigo'.
Enquanto esteve conosco aqui na Terra, ele tocou as vidas de todos nós,de alguns mais do que de outros.
Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública - escolas, prefeituras, assembléias legislativas e até mesmo na casa branca.
Providenciamos um local para o seu descanso final e uma lápide que contém seu epitáfio.
Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs 'eu consigo','eu vou' e 'eu vou imediatamente'.
Que 'não consigo' possa descansar em paz e que todos os presentes estava enterrado para sempre.
Logo após, a sábia professora encaminhou os alunos de volta à classe e promoveu uma festa.
Como parte da celebração Donna recortou uma grande lápide de papelão e escreveu as palavras "não consigo" no topo,"descanse em paz" no centro, e a data embaixo.
A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano.
Nas raras ocasiões em que um aluno se esquecia e dizia "não consigo", Donna simplesmente apontava o cartaz descanse em paz.
O aluno então se lembrava que "não consigo" estava morto e reformulava a frase.
Eu não era aluno de Donna.
Ela era minha aluna.
Ainda assim,naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela.
Agora, anos depois, sempre que ouço a frase "não consigo",vejo imagens daquele funeral da quarta série.
Como os alunos,eu também me lembro de que "não consigo" está morto.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

VOCÊ É IMPORTANTE


Autor: Jack Canfield & Mark Victor Hansen

Uma professora decidiu homenagear seus alunos do último ano colegial, dizendo a cada um deles a sua importância.
Ela chamou todos os alunos em frente à classe, um de cada vez.
Primeiro, disse a eles como eram importantes para ela e para a classe.
Então presenteou cada um deles com um laço azul com uma frase impressa em letras douradas:

EU SOU IMPORTANTE

Depois, a professora resolveu desenvolver um trabalho com a classe para ver que tipo de impacto o reconhecimento teria sobre a comunidade.
Deu a cada aluno mais três laços e os instruiu para que saíssem e disseminassem a cerimônia de reconhecimento.
Em seguida eles deveriam acompanhar os resultados.
Observar quem homenagearia quem, e relatar à classe dentro de uma semana.
Um dos alunos foi até um executivo Júnior de uma empresa próxima e o condecorou por ajudá-lo no planejamento de sua carreira.
Então, deu-lhe dois outros laços e disse:
_Estamos fazendo um trabalho para a escola sobre reconhecimento.
Gostaríamos que você procurasse alguém para homenagear, que o presenteasse com um laço azul,e que lhe desse outro laço para homenagear outra pessoa,disseminando esta cerimônia de reconhecimento.
Em seguida, por favor, procure-me novamente e conte-me o que aconteceu.
Mais tarde naquele dia, o executivo Júnior procurou seu chefe, que, era tido até então como um cara rabugento.
Pediu ao chefe que sentasse e disse-lhe que o admirava profundamente pôr ser um gênio criativo.
O chefe pareceu muito surpreso.
O rapaz, perguntou-lhe se aceitaria o laço azul como presente e se permitia que ele o colocasse.
Seu chefe surpreso disse que sim.
O executivo Júnior pegou o laço de fita azul e colocou-o no paletó do chefe bem em cima do coração.
Ao dar ao chefe o último laço disse:
_O senhor me faz um favor?
Receberia este outro laço e o passaria adiante homenageando outra pessoa?
O garoto que me deu o laço está fazendo um trabalho para a escola e quer que esta cerimônia de reconhecimento prossiga, para descobrir como ela influencia as pessoas.
Naquela noite, ao chegar em casa, o chefe procurou seu filho de quatorze anos e pediu que se sentasse e disse:
_Hoje me aconteceu uma coisa incrível.
Estava em meu escritório e um dos executivos Juniores entrou,disse que me admirava e me deu este laço azul por me considerar um gênio criativo.
Então, ele prendeu este laço que diz
"Eu sou importante" no meu paletó, bem sobre meu coração...
Deu-me um outro laço e pediu-me que homenageasse uma outra pessoa.
Esta noite, voltando para casa, comecei a pensar a quem homenagearia com este laço e pensei em você.
Quero homenagear você.
Meus dias são muitos tumultuados e, quando chego em casa,não lhe dou muita atenção.
Algumas vezes grito com você por não tirar boas notas na escola e por seu quarto estar uma bagunça, mas de qualquer forma,esta noite eu gostaria apenas de me sentar aqui e dizer-lhe que você é Muito Importante para mim.
Além de sua mãe, você é a pessoa mais importante em minha vida.
Você é um grande filho e eu amo você.
O sobressaltado garoto começou a soluçar, e não conseguia parar de chorar.
Todo o seu corpo tremia.
Ele olhou para o pai e disse através de lágrimas:
_Papai, eu planejava cometer o suicídio amanhã, porque achava que você não me amava.

Agora não preciso mais.

Este texto foi eviado por e-mail, Obg Claudinha receba a minha fitinha azul Você é importante prá mim.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A MAIOR BRONCA



( sem menção do autor)

Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral.
Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu?

Que nada!

Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente.
Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa.

Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.

Veja o que disse:

Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez”, disse, levantando a voz.
Um silêncio de culpa se instalou em toda a sala. O professor continuou:

Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma.
Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro, apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Os outros 95% servem apenas para fazer volume. São medíocres e passam pela vida
sem deixar nada de útil.

O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem
atenção notarão que de cem professores,apenas cinco são aqueles que fazem a diferença;
de cem garçons, apenas cinco são excelentes;
de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais;
e poderia generalizar ainda mais:
de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.

É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria
tranqüilo sabendo ter investido nos melhores.

Mas infelizmente não há como saber quais de vocês são esses alunos.
Só o tempo é capaz de mostrar isso.
Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais,
apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto.

Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá.
Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje.

Nem seria preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre.
Afinal quem gostaria de,espontaneamente, ser classificado como fazendo parte do resto?

Hoje não me lembro de muita coisa das aulas de Fisiologia, mas da bronca do professor eu nunca mais esqueci.

Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida.
De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então tenho feito tudo para ficar no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não, só
o tempo dirá a que grupo pertencemos.

Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos, se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O anel


(sem menção do autor)

Um aluno chegou a seu professor com um problema:

- Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada.
Dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota.

Como posso melhorar?

O que posso fazer para que me valorizem mais?

O professor sem olhá-lo, disse:

Sinto muito meu jovem, mas agora não posso ajudá-lo, devo primeiro resolver o meu próprio problema.
Talvez depois.
E fazendo uma pausa falou:
- Se você me ajudar, eu posso resolver meu problema com mais rapidez e depois talvez possa ajudar você a resolver o seu.

- Claro, professor, gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado

O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno, deu ao garoto e disse:

Monte no cavalo e vá até o mercado.
Deve vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida.

É preciso que obtenha pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro.

Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.

O jovem pegou o anel e partiu.

Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores.

Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel.

Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.

Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.

Depois de oferecer a jóia a todos que passavam pelo mercado e abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou.
O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber sua ajuda e conselhos.

Entrou na casa e disse:

- Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu.
Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.

Importante o que me disse meu jovem, contestou sorridente.
Devemos saber primeiro o valor do anel.
Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro.
Quem melhor para saber o valor exato do anel?
Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele.
Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda.
Volte aqui com meu anel.

O jovem foi até ao joalheiro e lhe deu o anel para examinar.
O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse:

- Diga ao seu professor que, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.

58 MOEDAS DE OURO!
Exclamou o jovem.
- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...

O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que correu.

- Senta, disse o professor e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:

- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única.
Só pode ser avaliada por um especialista.
Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?

E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

Todos nós somos como esta jóia.
Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

Repense o seu valor!

O professor do futuro


O professor do futuro
Gabriel Perrissé

"Para ensinarmos um aluno precisamos mostrar-lhe que ele já possui a capacidade de descobrir"
palavras do filosófo-poeta Gaston Bachelard)

O professor, como os artistas, provoca o amor pelo conhecimento, um amor que já existia em nós, mas estava dormecido.

O professor, como os profetas, desencadeia um processo de descoberta pessoal que, por sua vez, ativa nosso poder criador.

Desencadear e retirar o cadeado

O professor liberta o seu aluno.
E os melhores alunos largam as mãos do mestre, depois de descobrir sua capacidade de andar sozinhos, de correr sozinhos, de voar mais alto.

Muitos estudantes andam presos, e por isso deixam de andar.
Estão paralisados pelo medo, pela falta de horizontes. Estão perplexos, olhando
sem ver, ouvindo sem escutar, falando sem dizer, lendo sem entender, escrevendo sem pensar.

Muitos estudantes estão na cadeia do desânimo, não sabem abrir caminhos com a força dos seus passos.

Muitos estudantes são vítimas de uma reação em cadeia.
Não agem, só reagem.
Mal se defendem do mal.
Passam de ano sem passar.
Passam sem pensar.
São passados para trás.
Sem saber por quê e por quem.
Passam mas não ficam.
Ou passam e continuam presos ao passado.

O profesor do futuro ( e o de sempre) deve ensinar, no presente, não o método que passa ( e até faz passar...), mas a alma que permanece.

Deve ensinar, não a única resposta certa e meio à multipla desescolha, mas a capacidade de cometer erros criativos, de ver que um fracasso, didaticamente, vale mil sucessos.

Ensinar, não a opção correta, a única porteira pela qual a boiada passa, de cabeça baixa, para o matadouro, mas a coragem de pular no escuro (se for preciso), e com os olhos abertos.

Transmitir não o conhecimento mastigado, a ração, mas despertar no aluno a vontade de mastigar por conta própria, de uasr a razão, de saborear conhecimentos tradicionais e inéditos.

O professor do futuro ensina, não o caminho das pedras, mas o amor às pedras que existem em todos os caminhos.

O verdadeiro professor é um inspirador.

Suas aulas são poéticas, proféticas.

Não hipnotizam, acordam.

Não cansam, desafiam.

Não anestesiam, fazem feletir.

O professor inspira confiança, inspira o desejo de chegarmos a ser deuses.

O professor do futuro torna o futuro mais real que a banal ilusão...
desilusão que alguns chamam de realidade.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O Nó do Afeto




(sem menção do autor)

Em uma reunião de pais numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos; pedia-lhes também que se fizessem presentes o máximo de tempo possível...

Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.

Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e
o filho ainda estava dormindo...

Quando voltava do serviço já era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.

E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo.

Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros.

Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente.

E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso.

Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a Linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.

As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem registrar um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. . .

Pense nisso.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Meu Adorável Professor



Mr Hollands Opus - An American Symphony


Em 1964 um músico (Richard Dreyfuss) decide começar a lecionar, para ter mais dinheiro e assim se dedicar a compôr uma sinfonia. Inicialmente ele sente grande dificuldade em fazer com que seus alunos se interessem pela música e as coisas se complicam ainda mais quando sua mulher (Glenne Headly) dá à luz a um filho, que o casal vem a descobrir mais tarde que é surdo. Para poder financiar os estudos especiais e o tratamento do filho, ele se envolve cada vez mais com a escola e seus alunos, deixando de lado seu sonho de tornar-se um grande compositor. Passados trinta anos lecionando no mesmo colégio, após todo este tempo uma grande decepção o aguarda.

Trailer do Filme Ao mestre com carinho


To Sir With Love

Ao Mestre Com Carinho

Quero aprender sua lição
Que faz tão bem pra mim
E agradecer de coração
Por você ser assim

Legal ter você aqui
Um amigo em que eu posso acreditar
Queria tanto te abraçar

Pra alcançar as estrelas não vai ser fácil
Mas se eu te pedir
Você me ensina como descobrir
Qual é o melhor caminho

Foi com você que eu aprendi
A repartir tesouro
Foi com você que eu aprendi
A respeitar os outros

Legal ter você aqui
Um amigo em que eu posso acreditar
Queria tanto te abraçar

Pra mostrar pra você
Que eu não esqueço mais essa lição
Amigo eu ofereço esta canção
Ao mestre com carinho

Dedico esta postagem aos meus colegas de trabalho, os educadores de modo geral, mas em especial para Madre Rafaela, Professora Helenita e seu Fantoche D. Pituca(Colégio Stella Maris-Triunfo). Minha grande mestra e incentivadora ´Sônia Damásio Escola Maestro Nelson Ferreira(obrigada pela força e confiança que depositou em mim),Regina Célia,Celiane, Joana Dárc FUNESO (vcs fazem a diferença).

Aluna Rosa



{sem menção do autor)

No primeiro dia de aula nosso professor se apresentou aos alunos, e nos desafiou a que nos apresentássemos a alguém que não conhecêssemos ainda. Eu fiquei em pé para olhar ao redor quando uma mão suave tocou meu ombro. Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e enrugada, sorrindo radiante para mim, com um sorriso que iluminava todo o seu ser.

Ela disse:
- Hei, bonitão. Meu nome é Rosa.
Eu tenho oitenta e sete anos de idade.
Posso te dar um abraço?
-Eu ri, e respondi entusiasticamente:
- É claro que pode!
- e ela me deu um gigantesco apertão.
- Por que você está na faculdade em tão tenra e inocente idade? - perguntei.
Ela respondeu brincalhona:
- Estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar.
- Está brincando - eu disse.
Eu estava curioso em saber o que a havia motivado a entrar neste desafio com a sua idade, e ela disse:
- Eu sempre sonhei em ter um estudo universitário, e agora estou tendo um!
Após a aula nós caminhamos para o prédio da união dos estudantes, e dividimos um "milkshake" de chocolate. Nos tornamos amigos instantaneamente.
Todos os dias nos próximos três meses nós teríamos aula juntos e falaríamos sem parar.
Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela "máquina do tempo" compartilhar sua experiência e sabedoria comigo.
No decurso de um ano, Rosa tornou-se um ícone no campus universitário, e fazia amigos facilmente, onde quer que fosse.
Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Ela estava curtindo a vida!
No fim do semestre nós convidamos Rosa para falar no nosso banquete de futebol.
Jamais esquecerei do que ela nos ensinou.
Ela foi apresentada e se aproximou do pódio
Quando ela começou a ler a sua fala preparada,
deixou cair três das cinco folhas no chão.
Frustrada e um pouco embaraçada, ela pegou o microfone e disse simplesmente: Desculpe-me, eu estou tão nervosa! Parei de beber por causa da Quaresma, e este uísque está me matando! Eu nunca conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo, então me deixe apenas falar para vocês sobre aquilo que eu sei.

Enquanto nós ríamos, ela limpou sua garganta e começou:

- Nós não paramos de amar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos porque paramos de amar. Existem somente quatro segredos para continuarmos jovens, felizes e conseguindo sucesso.
Você precisa rir e encontrar humor em cada dia.
Você precisa ter um sonho. Quando você perde seus sonhos, você morre. Nós temos tantas pessoas caminhando por aí que estão mortas e nem desconfiam!
Há uma enorme diferença entre ficar velho e crescer.

Se você tem dezenove anos de idade e ficar deitado na cama por um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você ficará com vinte anos. Se eu tenho oitenta e sete anos e ficar na cama por um ano e não fizer coisa alguma, eu ficarei com oitenta e oito anos. Qualquer um consegue ficar mais velho. Isso não exige talento nem habilidade. A idéia é crescer através de sempre encontrar oportunidade na novidade. Isto não precisa nenhum talento ou habilidade.
A idéia é crescer sempre encontrando a oportunidade de mudar. Não tenha remorsos. Os velhos geralmente não se arrependem daquilo que fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer. As únicas pessoas que tem medo da morte são aquelas que tem remorsos.
Ela concluiu seu discurso cantando corajosamente "A Rosa".
Ela desafiou a cada um de nós a estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária. No fim do ano Rosa terminou o último ano da faculdade que começou há todos aqueles anos atrás.

Uma semana depois da formatura, Rosa morreu tranquilamente em seu sono.
Mais de dois mil alunos da faculdade foram ao seu funeral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou, através de exemplo, que nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente ser.

Estas palavras têm sido divulgadas por amor, em memória de "Rosa" e lembre-se:

"Ficar velho é obrigatório, crescer é opcional".

Se você leu isso com o coração estará mais sábio, mas se leu com a mente, estará apenas mais velho.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A diferença pede licença


Letícia Thompson

A sociedade é um imenso mercado, onde muito cedo as pessoas são etiquetadas e colocadas em algum lugar, sem escolha possível. O bonito, o feio, o desajeitado, o inteligente, o atrasado, o grande, o pequeno, o normal, o anormal...

E julga-se, sem piedade, os fracos, os fortes, os vencedores, os perdedores, os sãos, os doentes.
Chama-se de diferente aquele que não está na mesma linha de normalidade que a maioria do ser humano.
Mas, o que é ser diferente senão o fato de não ser igual?
Não somos assim, todos diferentes?

Por que etiquetas, se todos trazemos em nós riquezas inúmeras, mesmo se muitas vezes imperceptíveis aos olhos humanos?
A diferença pede licença sim!!!
Dá-me oportunidade!
Deixa-me mostrar quem sou, ao meu tempo!
Deixa-me desenvolver minhas capacidades e farei florir meu deserto.
Peço é oportunidade para mostrar do que sou capaz.
Peço aceitação para estar no meu lugar, não o escolhido para mim, mas aquele onde sou capaz de chegar.
Se não plantamos sementes, jamais colheremos frutos!

Deixar que cada qual desenvolva a seu tempo e seu ritmo o seu potencial é dar abertura ao mundo.
É a diversidade de flores que dá beleza a um jardim.

Quem é normal e quem é anormal se o sangue corre da mesma forma para todos, se o coração bate da mesma forma, se as lágrimas têm a mesma cor e se o sorriso fala com as mesmas palavras?

A diferença pede aceitação, pede respeito, pede tolerância e pede, sobretudo, muito amor.

Tommy


Uma linda história

Esta é uma história verídica, narrada por John Powell, S.J., professor de Teologia da Fé, da Loyola University de Chicago, EUA.

“Um dia, há muitos anos atrás, eu estava de pé na porta da sala, esperando meus alunos entrarem para nosso primeiro dia de aula do semestre.

Foi aí que vi Tom pela primeira vez. Não consegui evitar que meus olhos piscassem de espanto.
Ele estava penteando seus cabelos longos e muito loiros que batiam uns vinte centímetros abaixo dos ombros.

Eu nunca vira um rapaz com cabelos tão longos. Acho que a moda estava apenas começando nessa época.
Mesmo sabendo que o que importava não é o que está fora, mas o que vai dentro da cabeça, naquele dia eu fiquei um pouco chocado. Imediatamente classifiquei Tom com um “E” de estranho... Muito estranho!

Tommy acabou se revelando o “ateísta de plantão” do meu curso de Teologia da Fé. Constantemente, fazia objeções ou questionava sobre a possibilidade de existir um Deus-Pai que nos amasse incondicionalmente.
Convivemos em relativa paz durante o semestre, embora eu tenha que admitir que às vezes ele era bastante incômodo!

No fim do curso, ele se aproximou e me perguntou, num tom ligeiramente irônico: - O senhor acredita mesmo que eu possa encontrar Deus algum dia? Resolvi usar uma terapia de choque: - Não, eu não acredito! – respondi. -Ah! – ele respondeu – Pensei que era este o produto que o senhor esteve tentando nos vender nos últimos meses.

Eu deixei que ele se afastasse um pouco e falei, bem alto:
Eu não acredito que você consiga encontrar Deus, mas tenho absoluta certeza de que Ele o encontrará um dia. Ele deu de ombros e foi embora da minha sala e da minha vida.
Algum tempo depois soube que Tommy tinha se formado e, em seguida, recebi uma notícia triste: ele estava com um câncer terminal. E antes que eu resolvesse se ia à sua procura, ele veio me ver.

Quando entrou na minha sala, percebi que seu físico tinha sido devastado pela doença e que os cabelos longos não existiam mais, devido à quimioterapia.
Entretanto, seus olhos estavam brilhantes e sua voz era firme, bem diferente daquele garoto que conheci.

Tommy, tenho pensado em você. Ouvi dizer que está doente! – falei.
Ah, é verdade, estou seriamente doente. Tenho câncer nos dois pulmões. È uma questão de semanas, agora.
Você consegue conversar bem a esse respeito?
Claro, o que o senhor gostaria de saber?
Como é ter apenas vinte e quatro anos e saber que está morrendo?
Acho que poderia ser pior.
Como assim?

Bem, eu poderia ter cinqüenta anos e não ter noção de ideais, ou ter sessenta anos e pensar que bebida, mulheres e dinheiro são as coisas mais “importantes” da vida.
Lembrei-me da classificação que atribuí a ele: “E” de “estranho” (parece que as pessoas que recebem classificações desse tipo, são enviadas de volta por Deus para que eu possa repensar o assunto).
- Mas a razão pela qual eu realmente vim vê-lo – disse Tom – foi a frase que o senhor me disse no último dia de aula. (Ele se lembrava...)

Tom continuou: - Eu lhe perguntei se o senhor acreditava que eu encontraria Deus algum dia, e o senhor respondeu ‘Não’, o que me surpreendeu. Em seguida, o senhor disse, “mas Ele o encontrará”. Eu pensei um bocado a respeito daquela frase, embora na época não estivesse muito interessado no assunto.

Mas quando os médicos removeram um nódulo da minha virilha e me disseram que se tratava de um tumor maligno, comecei a pensar com mais seriedade sobre a idéia de procurar Deus. E quando a doença se espalhou por outros órgãos, eu comecei realmente a dar murros desesperados nas portas de bronze do paraíso.

Mas Deus não apareceu. De fato, nada aconteceu. O senhor já tentou fazer alguma coisa por um longo período, sem sucesso? A gente fica cansado, desanimado. Um dia, ao invés de continuar atirando apelos por cima do muro alto atrás de onde Deus poderia estar... Ou não... Eu desisti, simplesmente.
Decidi que de fato não estava me importando...com Deus, com uma possível vida eterna ou qualquer coisa parecida. E decidi utilizar o tempo que me restava fazendo alguma coisa mais proveitosa.

Pensei no senhor e nas suas aulas e me lembrei de uma coisa que o senhor havia dito noutra ocasião: “A tristeza mais profunda, sem remédio, é passar pela vida sem amar. Mas é quase tão triste passar pela vida e deixar este mundo sem jamais ter dito às pessoas queridas o quanto você as amou.”
Então resolvi começar pela pessoa mais difícil: meu pai.

Ele estava lendo o jornal quando me aproximei dele: - Papai... Eu disse.
Sim, o que é? – ele perguntou, sem baixar o jornal.
Papai, eu gostaria de conversar com você.
Então fale.
É um assunto muito importante!
O jornal desceu alguns centímetros, vagarosamente.
O que é?
Papai, eu o amo muito. Só queria que você soubesse disso.

O jornal escorregou para o chão e meu pai fez duas coisas que eu jamais havia visto: Ele chorou e me abraçou com força. E conversamos durante toda a noite, embora ele tivesse que ir trabalhar na manha seguinte. Foi tão bom poder me sentar junto do meu pai, conversar, ver suas lágrimas, sentir seu abraço, ouvi-lo dizer que também me amava!... Foi uma emoção indescritível!
Foi mais fácil com minha mãe e com meu irmão mais novo. Eles choraram também e nós nos abraçamos e falamos coisas realmente boas uns para os outros.

Falamos sobre as coisas que tínhamos mantido em segredo por tantos anos, e que era tão bom partilhar.
Só lamentei uma coisa: que eu tivesse desperdiçado tanto tempo, me privando de momentos tão especiais.
Naquela hora eu estava apenas começando a me abrir com as pessoas que amava.

Então, um dia, eu olhei, e lá estava “ELE”. Ele não veio ao meu encontro quando lhe implorei. Acredito que estava agindo como um domador de animais que, segurando um chicote, diz: - Vamos, pule! Eu lhe dou três dias... Três semanas...

Parece que Deus não se deixa impressionar. Ele age a Seu modo e a Seu tempo.
Mas o que importa é que Ele estava lá. Ele me encontrou... O senhor estava certo. Ele me encontrou mesmo depois de eu ter desistido de procurar por Ele.

- Tommy – eu disse, bastante comovido – o que você está dizendo é muito mais importante e muito mais universal do que você pode imaginar. Para mim, pelo menos, você está dizendo que a maneira certa de encontrar Deus, não é fazendo Dele um bem pessoal, uma solução para os nosso problemas ou um consolo em tempos difíceis, mas sim se tornando disponível para o verdadeiro Amor. O apóstolo João disse isto: “Deus é Amor e aquele que vive no Amor, vive com Deus e Deus vive com ele”.

Tom, posso pedir-lhe um favor? Você sabe que me deu bastante trabalho quando foi meu aluno. Mas (aos risos) agora você pode me compensar por aquilo.
Você viria à minha aula de Teologia da Fé e contaria aos meus alunos o que você acabou de me contar? Se eu lhes contasse não seria a mesma coisa, não tocaria tão fundo neles!
Oooh!... Eu me preparei para vir vê-lo, mas não sei se estou preparado para enfrentar seus alunos.
Então, pense nisto. Se você se sentir preparado, telefone para mim.

Alguns dias mais tarde, Tom telefonou e disse que falaria com a minha turma.
Ele queria fazer aquilo por Deus e por mim. Então marcamos uma data.
Mas, o dia chegou... E ele não pode ir. Ele tinha outro encontro, muito mais importante do que aquele. Ele se foi... Tom havia dado o grande passo para a verdadeira realidade. Ele foi ao encontro de uma nova vida e de novos desafios.

Antes de ele morrer, ainda conversamos uma vez.
Não vou ter condições de falar com sua turma. – ele disse.
Eu sei, Tom.
O senhor falaria com eles por mim? O senhor falaria... Com todo mundo por mim?
Vou falar, Tom. Vou falar com todo mundo. Vou fazer o melhor que puder.

Portanto, a todos vocês que foram pacientes, lendo esta declaração de amor tão sincero, obrigado por fazê-lo.

E a você Tommy, onde quer que esteja, aí está: eu falei com todo mundo... Do melhor modo que consegui. E espero que as pessoas que tiveram conhecimento desta história, possam contá-la aos seus amigos, para que mais gente possa conhecê-la...”

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Campanha / violência contra a criança



Smalville
























(Salve-me... save-me (tema de Smalville)

I feel my wings have broken
Sinto minhas asas quebradas
In your hands
Em suas mãos
I feel the words unspoken
Sintos as palavras que não foram ditas
InsideDentro de mim
When they pull you under
Quando elas me puxam pra baixo
And I would give you any thing you want
E eu te daria qualquer coisa que você quisesse
You were all I wanted
Você era tudo oque eu queria
All my dreams are falling down
Todos os meus sonhos estão desabando
Crawling round and round and round
Rastejando por aí…por aí
Somebody save me
Alguém salve-me
Let your waters break right through
Deixe suas lágrimas rolarem
Somebody save me
Alguém salve-me
I don't care how you do it
Eu não me importo como vai fazer
Just save, save
Simplesmente salve,
salveCome on
Vamos lá !
I've been waiting for you
Estou esperando por você
I see the world has folded in your heart
Vejo que o mundo endureceu seu coração
I feel the waves crash down inside
Sinto as ondas se chocando dentro de mim
And they pull me under
E elas me puxam para baixo
And I would give you anything you want
E eu te daria qualquer coisa que você quisesse
You were all I wanted
Você era tudo oque eu queria
All my dreams have fallen down
Todos os meu sonhos desabaram

Crawling round and round and round
Rastejando por aí…por aí
Somebody save me
Alguém salve-me
Let your waters break right through
Deixe suas lágrimas rolarem
Somebody save me
Alguém salve-me
I don't care how you do it
Eu não me importo como vai fazer
Just save, save
Simplesmente salve, salveCome on
Vamos lá
I've been waiting for you
Estou esperando por você
All my dreams are on the ground
Todos os meus sonhos estão no chão
Crawling' round and round and round
Rastejando por aí…por aí
Somebody save me
Alguém salve-me
Let your waters break right through
Deixe suas lágrimas rolarem
Somebody save me
Alguém salve-me
I don't' care how you do it
Eu não me importo como vai fazer
Just save me, save me
Simplesmente salve-me, salve-me
I've made this whole world shine for you
Eu fiz o mundo inteiro brilhar por você
Just save, save
Simplesmente salve, salve
Come on
Vamos lá
I'm still waiting for you
Ainda estou esperando por você...

Uma linda idéia a ser imitada......


Um dia, uma professora pediu aos seus alunos que fizessem uma lista dos nomes dos outros estudantes numa folha de papel, deixando algum espaço debaixo de cada nome.

Depois pediu-lhes que pensassem na coisa mais bonita que poderiam dizer a todos os colegas e escrevessem-na.

A professora utilizou o resto da aula para terminar o trabalho, mas na saída todos os estudantes entregaram as folhas.

Naquele sábado a professora escreveu o nome de cada aluno numa folha separada, e acrescentou à lista tudo que os outros tinham dito sobre cada um.

Na segunda-feira seguinte deu a cada estudante a lista com seus nomes. Logo após, a classe inteira estava sorrindo.

"Verdade?" cochichavam. "Eu não sabia que era tão importante para alguém! E não pensei que eu agradasse tanto aos outros“. Eram as frases mais pronunciadas.

Ninguém falou mais daquelas folhas na classe e a professora não soube se os meninos tinham discutido esta lição com os pais, mas não tinha importância: o exercício tinha alcançado o seu objetivo.

Os estudantes estavam contentes com eles mesmos, e tornaram-se cada vez mais unidos.

Muitos anos depois, um dos estudantes foi morto no Vietname e a sua professora participou do funeral.

Nunca tinha visto um soldado no caixão antes daquele momento: parecia tão bonito e tão maduro...

A Igreja estava cheia de amigos do soldado. Todos os amigos que o amaram aproximaram-se do caixão, e a professora foi a última a despedir-se do cadáver.

Um dos soldados presentes perguntou-lhe "A senhora era a professora de matemática de Mark"? Ela acenou com a cabeça, depois que ele contou que o "Mark falava muito dela"

Depois do funeral, muitos dos ex-colegas da classe de Mark foram juntos refrescar a cabeça. Os pais de Mark estavam lá, esperando obviamente para falar com a sua professora.
"Queremos mostrar-lhe uma coisa", disse o pai, tirando uma carteira do bolso. "Acharam na jaqueta do Mark quando foi morto. Nós pensamos que poderia reconhecer isso"

Abrindo a carteira, tirou com atenção dois pedaços de papel que tinham sido obviamente dobrados, abertos e reabertos muitas vezes.

A professora soube ainda antes de olhar que aquelas folhas de papel eram aquelas nos quais os colegas de classe de Mark tinham escrito todos os elogios.

"Muito Obrigado por ter feito isso", disse a mãe de Mark. "Como pode ver, o Mark preservou-o como um tesouro"

Todos os ex-colegas de Mark começaram a aproximar-se.

Charlie sorriu timidamente e disse "eu ainda tenho a minha lista. E na primeira gaveta de minha escrivaninha em casa".

A esposa de Chuck disse que o marido tinha-lhe pedido que pusesse no álbum de seu casamento e Marilyn acrescentou que o seu foi preservado no seu diário.

Vicki, outra companheira, abriu a agenda e tirou a sua lista um pouco estragada, mostrando-a ao grupo. Trago–a sempre comigo e penso que todos nós a temos guardada"

Naquele momento a professora sentou-se e chorou.

Chorou por Mark e por todos os seus amigos que não o veriam mais.

Há tantas pessoas no mundo que por vezes esquecemo-nos que a vida um dia acabará, e não sabemos quando isso acontecerá.

Fale para as pessoas que ama, que são especiais e importantes para si.

Fale isso antes que seja muito tarde

Lembre-se, "quem planta, colhe."

Aquilo que você puser na vida dos outros, voltará para você.


(sem menção do autor). Recebido e traduzido do italiano por Salvador Inguaggioto ( s.inguaggioto@pocos.net.br)

neydecastello@uol.com.br

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

ENTREVISTA COM JUSSARA HOFFMAN

AVALIAÇÃO

(texto editado)

Entrevistador:
O que o professor precisa mudar na sua concepção de avaliação para desenvolver uma prática avaliativa mediadora?

JUSSARA HOFFMAN:

As transformações de avaliação são multidimensionais। Uma grande questão é que avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa। Nós somos o que sabemos em múltiplas dimensões. Quando avaliamos uma pessoa, nos envolvemos por inteiro - o que sabemos, o que sentimos, o que conhecemos desta pessoa, a relação que nós temos com ela. E é esta relação que o professor acaba criando com seu aluno. Então, para que ele transforme essa sua prática, algumas concepções são extremamente necessárias.

Em primeiro lugar, o sentimento de compromisso em relação àquela pessoa com quem está se relacionando. Avaliar é muito mais que conhecer o aluno, é reconhecê-lo como uma pessoa digna de respeito e de interesse.

Em segundo lugar, o professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse aluno. Nesse sentido, o professor se torna um aprendiz do processo, pois se aprofunda nas estratégias de pensamento do aluno, nas formas como ele age, pensa e realiza essas atividades educativas. Só assim é que o professor pode intervir, ajudar e orientar esse aluno. É um comprometimento do professor com a sua aprendizagem -tornar-se um permanente aprendiz. Aprendiz da sua disciplina e dos próprios processos de aprendizagem. Por isso a avaliação é um terreno bastante arenoso, complexo e difícil. Eu mudo como pessoa quando passo a perceber o enorme comprometimento que tenho como educador ao avaliar um aluno.

Entrevistador:
O entendimento do professor sobre a aprendizagem interfere no seu modo de avaliar?

JUSSARA HOFFMAN:
Eu avalio o aprender. Então, a resposta mais complexa que eu tenho que responder é o que é aprender. A avaliação tradicional se centrou basicamente no "aprender que". Por exemplo, eu aprendo que as palavras oxítonas terminadas em "a", "e" e "o" são acentuadas, e muitos professores ainda estão centrados nesses "ques".
A aprendizagem é muito mais ampla do que o "aprender que". O aprender envolve o desenvolvimento, o interesse e a curiosidade do aluno, a sua autoria como pesquisador, como escritor, como leitor. Envolve o seu desenvolvimento pleno. É preciso perceber a aprendizagem nessas múltiplas dimensões. Não posso somar essas múltiplas dimensões - atribuir pontos por participação, por tarefas, pelo interesse do aluno. Não há como somá-las. A análise da aprendizagem é uma análise de conjunto de saberes e de fazeres. Esse aprender é um aprender muito mais amplo do que muitos professores hoje concebem.

Entrevistador:
Em muitas escolas, por mais que se tenha uma concepção de educação e de avaliação mais "avançada", elas acabam sendo obrigadas a transformar todos esses conceitos em nota. Como é que o professor pode medir o desempenho de seus alunos se, em nenhum momento, deve ser feita essa medição de um somatório?

JUSSARA HOFFMAN:
Um dia desses um professor me perguntou: - Jussara, como eu transformo toda essa minha prática interativa, mediadora, que tenho com meus alunos, em uma nota? E eu devolvi a pergunta de uma outra forma: - Como você traduz uma pessoa em números? Eu não teria a resposta para essa pergunta do professor, a não ser a minha pergunta. Como posso acompanhar um aluno, ao longo de dois meses, e depois dizer que ele é um 8, um 7 ou um 6? Algumas outras questões se colocam. Algumas práticas vigentes nas escolas ainda são camisas-de-força para os professores. Por que se gasta tanta energia em fórmulas, receitas, registros e regimentos de avaliação, enquanto poderia estar se investindo nos professores, na melhoria dessa aprendizagem? A minha grande busca é desenvolver estudos no sentido de avaliar para promover. Não uma promoção burocrática, mas uma avaliação para promover o desenvolvimento moral e intelectual. Avaliar para promover a cidadania do aluno, como um sujeito digno de respeito, ciente de seus direitos e que tenha acesso a todas as oportunidades que a vida social possa lhe oferecer.
E sem promover a aprendizagem, isso não acontecerá. Portanto, as fórmulas, as receitas e as inúmeras metodologias e práticas vigentes precisam ser questionadas sobre os princípios a que se destinam. Elas agem em benefício do aluno? Elas, de fato, estão centradas nessa promoção? Elas estão investindo numa aprendizagem significativa, que busque a formação de um aluno pesquisador, autor, autônomo? Ou estão centradas nas necessidades burocrátricas de uma escola, ou, até mesmo, na comodidade de alguns professores, que, às vezes, se escondem atrás de um número. Um número, como um valor arbitrário, esconde o professor, que pode atribuir uma nota qualquer a qualquer aluno. Mas se esse aluno questionar o porquê de ter tirado um 8, um 7 ou um 6, o professor terá que explicar os seus parâmetros avaliativos. Então, essa prática de conceitos, notas, pareceres, o investimento da escola em processos de registro, esse grande gasto de energia, tudo isso acaba por desvirtuar o próprio sentido do processo avaliativo, que está no cotidiano da escola, que está, sim, na realização de testes e tarefas, mas com a finalidade de auxiliar e orientar o aluno para uma aprendizagem cada vez mais significativa.

Entrevistador:
Por que ainda persiste, em algumas escolas, o culto à reprovação?

JUSSARA HOFFMAN:
O mito que ainda persiste é de que uma escola que não reprova não é uma escola de qualidade. A grande resistência dos professores em, ainda, manter a aprovação e a reprovação, e mesmo criticar novas estratégias, como regimes seriados e escolaridade por ciclos, se explica pela necessidade natural de uma sociedade em desenvolvimento de perceber a sua escola como uma escola de qualidade. E a escola de qualidade que se conhece é aquela conservadora, tradicional, a que os pais tiveram e que as famílias conhecem. Por outro lado, nesse processo de mudança, muitas escolas e professores entenderam o processo de não-reprovação como um processo de não-avaliação.

Uma das questões que ouço freqüentemente é as professoras dizerem que agora não fazem mais provas, que, então, estão seguindo o processo de avaliação mediadora. Isso é um sério equívoco, por que, mesmo que o termo prova possa nos agredir, pelo seu significado de uma prova terminal, o teste, a tarefa e o exercício são extremamente necessários para o acompanhamento do aluno. Países como Itália, Suíça, Alemanha, que desenvolvem processos de avaliação formativa há muito anos, realizam muitos teste com seus alunos e professores. A diferença é que o resultado desses testes serve como subsídio para novos projetos, tanto para a melhoria da aprendizagem dos alunos quanto para o aperfeiçoamento dos professores. E nós, muitas vezes, utilizamos esses testes - e esse é o grande problema de uma avaliação tradicional - para simplesmente classificar, sem fazer nada a respeito. Dessa forma, sabemos que o aluno não sabe alguma coisa, mas não sabemos por que ele não sabe e nem desenvolvemos processos para que ele venha a aprender. O grande problema com a não-reprovação é, de fato, que esse aluno seja abandonado, que não tenha mais suas tarefas lidas, seus exercícios acompanhados, e que o professor o deixe de lado, esperando que ele aprenda por si só. Isso é um sério equívoco e que, muitas vezes, acaba acontecendo.

Entrevistador:
O que uma escola precisa desenvolver para construir uma cultura avaliativa mediadora?

JUSSARA HOFFMAN:
Em primeiro lugar, é preciso que se fundamente princípios, muito mais do que se transforme metodologias. As metodologias são decorrentes da clareza dos princípios avaliativos. Hoje, eu defendo três princípios para essa prática avaliativa mediadora.
O primeiro princípio é o de uma avaliação a serviço da ação. Toda investigação sobre a aprendizagem do aluno é feita com a preocupação de agir e de melhorar a sua situação. Uma avaliação que prevê a melhoria da aprendizagem.

O segundo princípio é o da avaliação como projeto de futuro. A avaliação tradicionaljustifica a não-aprendizagem. Ela olha para o passado e não se preocupa com futuro. Em uma cultura avaliativa mediadora, por exemplo, 20% do tempo em que os professores estiverem reunidos em conselho de classe, eles irão discutir o que vem acontecendo com seus alunos e, no restante do tempo, vão encaminhar propostas
pedagógicas para auxiliar os alunos em suas necessidades. Essa é uma avaliação como um projeto de futuro - o professor interpreta a prova não para saber o que o aluno não sabe, mas para pensar em quais estratégias pedagógicas ele deverá desenvolver para atender esse aluno. De que forma ele poderá agir com o grupo, ou com um aluno, para resolver essas questões e dar continuidade ao seu planejamento, para que os alunos sejam mais coerentes, mais precisos e tenham maior riqueza de idéias.

O terceiro princípio que fundamenta essa metodologia é o princípio ético. A avaliação, muito mais do que o conhecimento de um aluno, é o reconhecimento desse aluno. As estatísticas são cruéis: não basta um professor obter uma aprendizagem satisfatória com 70% dos seus alunos, por que, 30% de uma turma de 30 alunos, representa nove alunos que deixam de ser atendidos. Portanto, cada aluno é importante em suas necessidades, em sua vivência, em seu conhecimento.Estou desenvolvendo um programa de assessoria com um grupo de supervisores de uma rede escolar, e o que se percebe é que, justamente, os alunos que têm mais dificuldade em aprender, podem ser os mais desatendidos em uma sala de aula। Isso por que não se acredita em seu futuro। Essa prática avaliativa mediadora é, portanto, fundamentada por esses princípios. Não há regras gerais e nem normas que valham para todas as situações.

Alunos com necessidades especiais precisam de atendimento especial. Não há tempos padronizados para todos, mas há, sim, clareza de princípios, parâmetros de qualidade estabelecidos em consenso pelos professores, uma proposta político-pedagógica clara para que a prática avaliativa seja coerente com o que a escola pretende.

Entrevistador:
Como transformar uma prática de avaliação tradicional, centrada nas provas finais, na recuperação com hora marcada, de forma a se alcançar um processode avaliação contínua mediadora?

JUSSARA HOFFMAN: Experiências comprovam que algumas práticas precisam ser garantidas.
Em primeiro lugar, uma avaliação contínua exige muitas tarefas com oportunidades de expressão do aluno. A primeira sugestão é que o aluno tenha várias oportunidades de expressar os seus conhecimentos a respeito de um estudo ou noção, e que essas várias expressões sejam observadas pelo professor, durantesua evolução. Essa é uma questão básica.

A segunda prática é a da mediação a partir de atividades interativas. Todo o conhecimento que o aluno desenvolve é construído na relação consigo, com os outros e com o objeto do conhecimento - tudo ao mesmo tempo. Ou seja, o aluno nunca aprende sozinho. O professor pode, então, lançar em um grupo as questões que ele considera pertinentes para que, na heterogeneidade da sala de aula, na diversidade de pensamentos, de fazeres e de saberes, seus alunos possam discutir essas questões, refazer exercícios, trocar idéias uns com os outros e, de fato, formar um grupo com a possibilidade de ampliar suas idéias. Essas tarefas são observadas e interpretadas, e se transformam em estratégias pedagógicas interativas. Portanto, em primeiro lugar, a interpretação de muitas tarefas de aprendizagem, sejam elas orais, escritas ou fruto da interação dos alunos; e segundo, a mediação, por meio de atividades interativas, questionadoras e desafiadoras, e não apenas por meio de uma nova explicação do professor ou de um estudo individual do aluno.

Uma terceira questão é a atenção do professor às quatro dimensões que envolvem o processo avaliativo. A primeira dimensão é o contexto sócio-cultural do aluno - quem é esse aluno, de onde vem, como e com quem ele vive.

A segunda dimensão se refere aos saberes significativos.
Que saberes estão sendo desenvolvidos?
Que sabor têm os saberes que estão sendo propostos a esses alunos?
Buscam a formação de um aluno pesquisador, autor de suas próprias idéias?
Os temas propostos são adequados ao seu contexto sócio-cultural?

A terceira dimensão diz respeito às questões epistemológicas,
que hoje me preocupam muito. Como se aprende?
Em que idade, tempo e momento? O que é possível um aluno aprender e entender? A gênese do conhecimento e as teorias de aprendizagem
- as questões epistemológicas envolvidas no processo. É preciso que o professor conheça profundamente a sua disciplina para poder lidar com essas questões.

A quarta dimensão, que também está articulada aos saberes significativos, é a questão do cenário educativo/avaliativo. Por que não há um cenário educativo e outro cenário avaliativo. O cenário avaliativo se constitui no próprio cenário educativo. Eu não posso saber se o meu aluno é autor de suas próprias idéias se apresento uma tarefa onde as perguntas são minhas e ele apenas responde com cruzinhas ou poucas palavras. Se o professor quer que seu aluno seja pesquisador,esse cenário avaliativo precisa envolver muitos livros, muitos autores e várias fontes de informação. Portanto, o cenário educativo se constitui na própria  oportunidade do professor de observar o aluno em todas essas dimensões.
Se esses quatro eixos não estiverem articulados, o processo avaliativo mediador não se constitui.
Na forma de um esquema: o professor articula tarefas, com a mediação no intervalo entre elas, analisando e trabalhando nessas múltiplas dimensões e, principalmente, acompanhando a evolução.

Avaliação é sinônimo de evolução. Eu respondo sobre a
evolução de um aluno de uma tarefa a outra, de um fazer a outro, de um momento de convivência a outro. Avaliação é, basicamente, acompanhamento da evolução do aluno no processo de construção do conhecimento.
E para responder sobre essa evolução eu preciso caminhar junto com ele, passo a passo. Eu não posso me postar no final do caminho e dizer se o aluno chegou lá. É preciso acompanhá-lo durante todo o caminho.

Entrevistador:
De acordo com sua experiência, poderia citar três dos principais motivos responsáveis pela resistência dos professores em relação às mudanças nas formas de avaliação?

JUSSARA HOFFMAN:
Um desses motivos é a questão da formação dos professores. Na
verdade,os cursos de licenciatura não formam professores para
o exercício cotidiano docente, que os obriga a lidar com muitos
alunos e suas diferenças.
Também, o professor nem sempre é bem preparado para o exercício
do magistério da sua disciplina. Mesmo conhecendo bem a sua
matéria, não consegue ensinar e nem acompanhar o processo de
aprendizagem.
Outra reclamação freqüente dos professores é em relação ao
acompanhamento individual de muitos alunos. De fato, nós temos
nas escolas, e isso é um problema muito sério, cada vez um maior
número de alunos, e muitos desatendidos socialmente.
E o professor acaba assumindo muitas funções.
Hoje, não se pode dizer que se é apenas um professor, mas sim
um educador,num sentido muito mais amplo, onde é preciso também lidar com as questões afetivas. Ao mesmo tempo, a questão que se faz é que toda avaliação é individual - não existe uma avaliação de grupo.
Mesmo se avaliando coletivamente, os reflexos dessa prática irão
recair sobre cada um dos alunos. Essa é uma grande preocupação.
As escolas que desenvolvem experiências de avaliação mediadora
significativas são as que diminuíram o número de alunos em sala
de aula e ofereceram um espaço de estudo para os professores.
Não acompanhei nenhuma escola que pudesse, de fato, evoluir nessa questão,sem que abrisse aos professores momentos e espaços de estudo, salas de leitura, bibliotecas, leituras compartilhadas, para
estimular a reconstrução do conhecimento pedagógico a partir da própria realidade escolar. Um dos grandes compromissos que vejo para este milênio é a formação continuada dos professores nas escolas.
A dinâmica da vida social nos traz, diariamente, muitas questões para resolver com esses jovens que ingressam na escola.
Toda essa crise social que vive nosso país, exige que, a cada dia, repensemos os nossos princípios e, principalmente, trabalhemos em  conjunto. O professor vai se sentir muito mais amparado se tiver um espaço para discutir com seu colega e colocar na mesa todas as suas  questões, para serem pensadas em conjunto. Vários olhares avaliativos compõem essa multidimensionalidade da avaliação.

Entrevistador:
O professor dá nota por que recebe orientação da direção da escola,que por sua vez recebe orientação da Secretaria de Educação. O que fazer para fugir desse dilema?

JUSSARA HOFFMAN:
Um dos principais dilemas enfrentados pelos professores é a questão das notas. Eles atribuem notas por determinação das escolas, que justificam que agem de acordo com determinação do sistema.De fato, uma questão muito grave,uma vez que temos uma Lei de Diretrizes e Bases, cujo pressuposto básico em avaliação é o privilégio dos aspectos qualitativos em relação aos quantitativos. E essa qualidade também não é muito entendida nas escolas.
Nós percebemos, ainda, uma divisão muito séria: o qualitativo se
refere ao interesse, à participação, ao comprometimento, à obediência do aluno; o quantitativo se refere à atribuição de notas sobre tarefas, testes e provas.
Estabelece-se uma média do quantitativo e o qualitativo se transforma em um parecer. Ora, qualidade é dimensão e conjunto de conhecimento.
O qualitativo se refere propriamente à aprendizagem.É preciso que se considere a qualidade em uma dimensão muito mais ampla. Quando a LDB estabelece que o caráter qualitativo na escola deve prevalecer sobre o quantitativo, ela está determinando justamente um repensar sobre a questão de atribuição de notas e de médias aritméticas.
Por que a média aritmética centra-se no quantitativo, e isso anula o
processo avaliativo. Um exemplo clássico, que eu repito há muitos
anos: em um sistema de média aritmética, 3 + 4 + 8 se transformam
em uma média 5, e 8 + 4 + 3, também se transformam em uma média 5.
Então, como pode a escola dizer que é obrigada, ou que há uma
necessidade de seguir com um sistema de atribuição de notas se a
própria LDB estabelece que o qualitativo deve prevalecer sobre o
quantitativo, e esse qualitativo não pode ser expresso em números,
mas sim em relatórios e notas - termo este, que se refere à anotações.
O aluno precisa ser acompanhado a partir de muitos registros, que
representam a memória de sua aprendizagem. Nós precisamos compor um conjunto de instrumentos de avaliação, que permita interpretar a evolução de aprendizagem do aluno.
Mas isso é muito difícil, por que o professor se denuncia quando faz um relato sobre o seu aluno. Ele denuncia suas concepções, o que ele sabe e o que deixa de saber sobre esse aluno. De uma certa forma, existe uma resistência muito grande na evolução desses processos de registro por também não se ter condições de acompanhar um grande número de alunos. Por a avaliação ser, de fato, muito complexa, acabamos por reduzir todo esse processo, e isso para responder aos pais, ao sistema e à escola, em processos quantitativos arbitrários.
Mesmo que toda a legislação encaminhe, justamente, para outras formas de registro.
E este é o avanço que precisamos vir a fazer nas escolas.

Entrevistador:
E a relação com a comunidade dos pais?

JUSSARA HOFFMAN:
Os pais resistem também à outras formas de registro na avaliação.
Tanto os pais quanto os alunos, muitas vezes, pedem que sejam
atribuídas notas. Nada mais justificável, por que nessa transição,
passamos por algumas experiências um tanto quanto questionáveis.
Por exemplo, uma professora, em um seminário, comentou comigo:
"- Minha filha chegou com seu parecer descritivo em casa. Eu li o
parecer e gostei muito, elogiando o seu aprendizado naquele período.
Ela sorriu e disse:
- Mãe, eu vi o de todos os meus amigos e amigas e todos eram iguais.
" Ou seja, um relato inconsistente e que não se refere às questões de
aprendizagem. Outras formas de registro, como conceitos, que na
verdade não são tão explicados e nem têm significado para os
interessados nesse processo avaliativo, que são os alunos, os pais,
os outros professores e a escola.
Então, relatos, pareceres,relatórios de avaliação ou dossiês estão a
serviço de uma concepção. Não se mudam esses registros. O que se muda é a prática que resulta nesses registros. Portanto,esse questionamento da família e da escola se revela em uma preocupação com uma forma de avaliar que não descreva a aprendizagem. Uma preocupação com o professor que esteja muito mais interessado em atender afetivamente seu aluno, mas que possa não estar observando a aprendizagem propriamente dita.

Entrevistador:
Para terminarmos, eu gostaria que você respondesse sobre alguns termos que são característicos da avaliação tradicional.
Classificatória?

JUSSARA HOFFMAN:
Se classifica o que, quem, em lugares, em ordens e hierarquias.
Por que classificar o aprendizado de várias crianças por ordem?

Entrevistador: Seletivo?

JUSSARA HOFFMAN:
Exclusão, excluir. O vestibular é obrigatoriamente seletivo - é uma prova classificatória, que tem por premissa básica excluir, por que não há lugar para todos. A escola deve selecionar da mesma forma?
É também excludente ou é um ambiente de educação?

Entrevistador: Punitiva?

JUSSARA HOFFMAN:
Há muitas questões punitivas na avaliação: exigências além do que o aluno pode responder, tempos não respeitados, ordens mal compreendidas e que são motivos de punição. A avaliação possui muitos ranços de punição.

Entrevistador: Julgadora?

JUSSARA HOFFMAN:
O professor, na função de avaliador, foi durante muito tempo um julgador e, de uma certa forma ainda permanece como tal.
A avaliação é julgamento?
É, mas não é só julgamento. É julgar o valor do que se viu para o quê. A avaliação é julgamento, mas é, fundamentalmente, ação.

Entrevistador: Erro?

JUSSARA HOFFMAN:
O que é o erro? Erro é o que não se aprendeu ou o que não ainda não se aprendeu? Se nós considerarmos que o erro é o que ainda não se aprendeu, ele é muito mais valorizado, importante, fecundo e positivo para o processo avaliativo.

Entrevistador: Recuperação?

JUSSARA HOFFMAN:
Recuperação não é repetição. Ninguém se recupera repetindo o processo. A vida não se passa a limpo. A gente anda para a frente.
Então, a recuperação tem que corresponder a um projeto de futuro - novas estratégias pedagógicas, explicações diferenciadas, ações interativas. Recuperar não é repetir, não é olhar para trás, não é fazer de novo. É fazer melhor, é caminhar para a frente, é fazer diferente.

Entrevistador:
Mesmo percebendo que as duas coisas são interligadas, gostaria de
saber, na sua opinião, o que é pior: ter uma concepção de educação
conservadora ouuma política de avaliação tradicional?
Por que em muitas escolas percebemos uma grande diferença entre a proposta educativa e a prática de avaliação.

JUSSARA HOFFMAN:
As duas coisas são piores. Não é possível que uma escola seja conservadora nas suas práticas pedagógicas e mediadora na avaliação, ou o inverso। Não existe a dicotomia avaliação e educação, por que  avaliamos para educar, e as nossas concepções de educação se traduzem nos nossos processosde avaliação.
Nós somos o que sabemos em múltiplas dimensões e nos revelamos em nossos processos avaliativos. Portanto, uma escola não pode ser conservadora em avaliação e progressista em seus processos educativos.
No conflito entre essas práticas deve haver alguma questão a ser analisada. A prática educativa éa própria prática avaliativa. A prática avaliativa revela toda a concepção político pedagógica de uma escola.