segunda-feira, 2 de julho de 2012

Caboclinhos

Tocando flautas e pífaros, batendo flechas com seus arcos, dando saltos, simulando ataques e defesas, todos fantasiados de índios, esses grupos percorrem as ruas do Nordeste na época de carnaval.

Não á enredo nem coreografia específica para esse bailado primitivo, mas tudo indica uma reminiscência da apresentação feita pelos índios aos brancos de suas danças.

Antigamente antes de começarem seus desfiles, esses grupos visitavam os pátios das igrejas prestando assim uma homenagem às autoridades religiosas.

Um registro de 1584 conta que" foi o padre recebido pelos índios com uma dança mui graciosa de meninos todos empenados com seus diademas na cabeça, e outros atavios das mesmas penas, queos faziam mui lustrosos e faziam suas mudanças (passos) e evoluções mui graciosas".

No sul são paulo Minas e Rio, essa modalidade é chamada de caiapó, com algumas modificações. Há um enredo com rapto e resgate de um pequeno indígena, além do abandono dos instrumentos de soro que são substituídos por tambores, caixas pandeiros e reco-recos.



Mula sem cabeça

Grande animal que galopa pelos campos, soltando fogo e chispas pelas ventas e pela boca. Seu galope é pesado e barulhento, parecendo que suas patas são ferradas. Não se sabe de onde vem nem para onde vai e sua corrida desenfreada, com altos relinchos, assusta e assombra a todos. Às vezes soluça como gente.

Segundo a tradição é a maldição que recai sobre a concubina de um sacerdote. Para evitar esse encantamento deverá o amásio amaldiçoar a companheira sete vezes antes de celebrar missa. Conta-se que uma delas naturalmente em forma humana, teve a petulância de assistir a uma missa e a hóstia sumiu das mãos do celebrante.

Também se diz, que e o padre esquecer o juramento da castidade costumam aparecer, no lugar do pecado, com "cavalos sem cabeça".

Mais tradicional no Sul, provavelmente devido aos largos pastoris, não é esta lenda, como muitas outras, de origem brasileira. São conhecidas versões europeias, desde a Idade Média e em outros países, como México e Argentina.

Os estudiosos dizem que a origem da lenda está ligada ao uso das mulas como meio preferencial de transportes pelos religiosos.

Coisa inexplicável é como uma mula sem cabeça pode relichar, soltar fogo pelas ventas e ter, como única forma de quebrar o seu encantamento, desde que haja coragem, o ato de lhe tirar o freio quando então aparecerá despida, chorando arrependida...




domingo, 1 de julho de 2012

O Corvo e a Raposa

Certo corvo, tendo se apoderado de um belo queijo, buscou o alto e uma árvore, onde pudesse comê-lo tranquilamente. Passava por perto uma esfaimada, e astuta raposa, que sentindo pelo faro a presença do queijo, dirigiu-se ao corvo polidamente:
- Bons dias, meu belo corvo! mas que prazer me causa a visão de tão maravilhosa criatura!
O corvo,  desconfiado, segurou mais firmemente o queijo com o bico, enquanto a matreira raposa continuava se desmanchando em falsos elogios.
Elogiou as penas de brilho incomparável, o porte inigualável, a graciosidade de movimentos e a delicadeza dos pés deixando o corvo envaidecido. E finalizou com essa provocação:
- Tão admirável criatura, certamente terá o canto à altura de sua formosura.
O presunçoso corvo não se conteve e abrindo o bico, crocitou horrivelmente, deixando cair o queijo, que foi rapidamente apanhado pela faminta raposa.

La Fontaine

Moral da História????

O Lobo e o cordeiro


Em um dia de sol escaldante, um lobo e um cordeiro, cada um por sua vez, chegaram a um ribeiro, a fim de saciarem a sede.
O lobo colocou-se mais acima da margem, enquanto o humilde cordeiro um pouco amedrontado pela presença do lobo, cautelosamente se pôs um pouco mais abaixo.
A fera, procurando um pretexto para cair sobre o inocente cordeiro,
disse com os dentes à mostra:
- Mas que insolência! Como ousa turvar a água que estou bebendo?
- Como turvar-lhe a água? - defendeu-se tremulamente o cordeiro. Não percebe que é o contrário: a água da sua parte é que vem a mim?
O lobo não se deixou atrapalhar com a verdade: Replicou ferozmente:
- Além disso, há cerca de seis meses sei que você andou falando mal de mim.


E e nada adiantou o cordeiro dizer que não era nascido a essa época, pois o lobo o devorou vorazmente.


Fedro


Moral da história:
Não há contra-argumentação sustentável em face do império do argumento da força.

A Rã Prudente

Do seu charco, onde habitava junto a outros seres da sua espécie,  a rá observava a terrível luta que travavam entre si dois touros. Apreensiva, gritava saltitando de um lado para o outro.
- Ai de mim! Que infelicidade poderá nos sobrevir!
Outra rã, vendo-a assim aflita perguntou-lhe qual o motivo de tanta preocupação, visto que os touros se atacava disputando as fêmeas do seu rebanho.
- Eu sei que se trata de outro povo, disse a rã. Porém receio que um dos touros, sendo expulso do seu meio, venha refugiar-se em nosso lago e, com seus pés pesados, nos esmague. Dessa sorte, a desavença entre eles poderá ter consequência sobre nós.

Fedro

Moral da História: Quando os grandes se defendem os pequenos  vêm a padecer

O Lobo e o Cão

Numa noite chuvosa, um lobo consumido pela fome, encontrou-se com um cão muito gordo. enquanto paravam para se cumprimentarem, o lobo perguntou:
- Como adquiris-te este aspecto tão saudável, tão cheio de carnes, enquanto eu, que sou muito mais forte e corajoso que tu vejo-me maltratado pela fome?
O cão respondeu com presteza:
- Da mesma sorte poderás beneficiar-te, se te tornares útil a um dono, guardando-lhe a porta durante o dia e defendendo-lhe a casa à noite, do assalto de ladrões.
- Oh!, quero-o muito, disse o lobo. Isto é muito melhor do que uma difícil batalha que travo pela sobrevivência nas florestas.
- Portanto, vem comigo e te levarei ao meu dono.
Puseram-se a caminho e o lobo ia pensando nas vantagens de viver saciado e abrigado, quando notou  no pescoço do cão as marcas deixadas pela coleira.
Indagou-lhe a causa, mas o cão desconversou, preferindo falar da fartura de alimentos e cuidados que recebia em toca de seus serviços.
O lobo, porém, insistiu em saber o porquê daquela marca e disse-lhe o cão:
-É porque prendem-me durante o dia, a fim de que eu possa descansar para estar vigilante quando a noite chegar.
-Então, não tens licença de ir aonde bem quiseres, quando sente vontade? - perguntou o lobo:
-Não completamente respondeu o cão.
- O cão, goza das vantagens que louvas, pois, quanto a mim, não quero nem mesmo ser rei uma vez que não seja livre.

Fedro


Moral da história??????? Aguardo seu comentário

O Asno, a Raposa e o Leão


Após estabelecerem um pacto de proteção recíproca e jurarem amizade para sempre, o asno e a raposa embrenharam-se no matagal para uma caçada. Adiante, avistaram o leão que lhes cruzava o caminho.
A raposa disse para o asno:
- Precisamos, também selar um pacto  de amizade com esse leão, a fim de que  ele nos seja favorável.
E encaminhou-se determinadamente para o leão, oferecendo-se para ajudá-lo a pegar o asno, desde que, doravante a vida dela fosse poupada.
Com  promessa do leão de que não mais lhe molestaria,  a astuta raposa induziu o asno a acompanhá-la té um barranco, para dentro do qual  empurrou o crédulo animal, e donde era impossível o tolo escapar.
Vendo isto, o leão saltou sobre a raposa e devorou-a. Deixaria o asno para a próxima refeição.

Esopo

Moral da história: deixo com você