domingo, 21 de março de 2010

Mãos


Nunca voltarei a ver minhas mãos da mesma maneira


Meu avô, com noventa e tantos anos, sentado débilmente no banco do jardim, não se movia. Estava cabisbaixo olhando suas mãos. Quando me sentei ao seu lado, não notou minha presença , o tempo passava, então lhe perguntei se estava bem. Finalmente, sem querer incomodá-lo, mas querendo saber como ele estava, lhe perguntei como se sentia.



Levantou sua cabeça, me olhou e sorriu.

Estou bem, obrigado por perguntar”, disse com uma forte e clara voz.


Não quiz incomodá-lo avô, mas estavas sentado aqui simplemente olhando suas mãos e quiz ter certeza de que estivesse bem, lhe expliquei.



Meu avô me perguntou: “Alguma vez você já olhou suas mãos? Quero dizer, realmente olhou suas mãos?”



Lentamente soltei minhas mãos das de meu avô, as abri e as contemplei. Virei as palmas para cima e loga para baixo. Não, creio que realmente nunca as havia observado. Queria saber o que meu avô queria dizer-me. Meu avô sorriu, e me contou uma história.



Pare e pense um momento sobre como tuas mãos tem te servido através dos anos. Estas mãos, ainda que enrrugadas, secas e débeis tem sido as ferramentas que usei toda a minha vida para alcançar, pegar e abraçar.



Elas puseram comida em minha boca e roupa em meu corpo. Quando criança, minha mãe me ensinou a juntá-las em oração. Elas amarraram os cadarços dos meus sapatos, e me ajudaram a calçar minhas botas. Estiveram sujas, esfoladas, ásperas e dobradas.



Minhas mãos se mostraram inábeis quando tentei embalar minha filha recém nascida.



Decoradas com uma aliança, mostraram ao mundo que estava casado e que amava alguém muito especial.



Elas tremeram quando enterrei meus pais e esposa, e quando entrei na igreja com minha filha no dia de seu casamento. Tem coberto meu rosto, penteado meu cabelo e lavado e limpado todo meu corpo.



E até hoje, quando quase nada de mim funciona bem, estas mãos me ajudam a levantar e a sentar, e se juntam para orar.



Estas mãos são as marcas de onde estive e a dureza de minha vida. Mas, o mais importante, é que são estas mãos que Deus tomará nas suas quando me levar a sua presença.



Desde então, nunca mais vi minhas mãos da mesma maneira. Mas lembro quando Deus esticou Suas mãos e tomou as de meu avô e o levou a Sua presença.



Cada vez que vou usar minhas mãos penso em meu avô; na verdade nossas mãos são uma benção. Hoje me pergunto: O que estou fazendo com minhas mãos? Estarei usando-as para abraçar e expressar carinho, ou as estarei brandindo para expressar ira e repulsa aos outros.

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