Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você". (Richard Bach)
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Martinho da Vila '' Tribo dos Carajás
TRIBO DOS CARAJÁS
NOITE DE LUA CHEIA
ARUANÃ !
MENINA MOÇA É QUEM MANDA NA ALDEIA
A TRIBO DANÇA E O GRANDE CHEFE PENSA
EM SUA GENTE
QUE ERA DONA DESTE IMENSO CONTINENTE
ONDE SONHOU SEMPRE VIVER DA NATUREZA
RESPEITANDO O CÉU
RESPIRANDO AR
PESCANDO NOS RIOS
E COM MEDO DO MAR
ESTRANHAMENTE O HOMEM BRANCO CHEGOU
PRA CONSTRUIR, PRA PROGREDIR, PRA DESBRAVAR
E O ÍNDIO CANTOU
O SEU CANTO DE GUERRA
NÃO SE ESCRAVIZOU
MAS ESTÁ SUMINDO DA FACE DA TERRA
ARUANÃ ! ARUANÃ AÇU
É A GRANDE FESTA
DE UM POVO DO ALTO-XINGÚ
domingo, 18 de abril de 2010
"LIMITES"
"LIMITES" de Monica Monastério (Madrid-Espanha)
Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.
O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas", ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.
Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro.
Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos.
Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos.
Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.
E o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito.
À medida que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal.
Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais.
Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem.
E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim. E seus palpites também. "Exercem pressão para direcionar a trajetória dos pais, para que isso não atrapalhe seus planos futuros".
Quer dizer: os papéis se inverteram, e agora são os pais quem tem que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado.
Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para ser os melhores amigos e "tudo dar" a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem. ("muitos filhos talvez não tenham a devida força para o enfrentamento dos obstáculos da vida, tal a facilidade que os pais lhe proporcionam" Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão.
Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.
Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, os carregando e rendidos à sua vontade.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.
Os limites abrigam o indivíduo.
Com amor ilimitado e profundo respeito.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
O Professor Está Sempre Errado
Jô Soares
O material escolar mais barato que existe na praça
é o professor!
Quando…
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de “barriga cheia”.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta às aulas, é um “Caxias”.
Precisa faltar, é “turista”.
Conversa com os outros professores,
está “malhando” os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama à atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a “língua” do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, “deu mole”.
É, o professor está sempre errado mas,
se você conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele!
sábado, 10 de abril de 2010
O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"
EXCELENTE A FRASE ONDE ELE DIZ: " O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"
José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.
"Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail.... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!!!"
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Páscoa e Manifestações folclóricas
Desse complexo de tradições, patrimônio do nosso povo, vale salientar as diversas procissões, vias sacras, cerimônias de autoflagelação, cantorias de Incelenças do Senhor Morto e dramatizações da Paixão e Morte de cristo, que à época do ciclo quaresmal enchem as igrejas e tomam as ruas, os sítios e os sertões, criando entre os mais humildes uma atmosfera respeitosa baseada na identificação com o Cristo sofredor.
Há uma suspensão temporária dos costumes do cotidiano, causada por uma compreensão mágico-ritualística do fenômeno religioso, alterando normas de conduta usuais: maquiar-se, dançar, divertir-se, ter relações sexuais, falar obcenidades, etc.
Outra prática, contrastando paradoxalmente com as recomendações de jejuns e moderação alimentar, diz respeito à rica e variada culinária da Semana Santa, quando peixes, crustáceos, feijão, arroz, temperos verdes, redo, cuscuz e outras iguarias preparadas ao leite de coco são fartamente consuidas, fazendo-se acompanhar de vinhos, hábito recentemente incorporado aos nossos costumes.
Dentre os folguedos, fora o micarene (carnaval que acontece após a missa da Aleluia ou da Ressureição), de origem francesa, há os tradicionais "Judas" e "Serra velho", que subsistem apesar da coibição policial.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Símbolos Pascais
Querem ver no coelho, especialmente nos países europeus, onde o inverno é rigoroso, um símbolo da fecundidade e da vida que ressurge a cada primavera, derivando daí sua relação com a Páscoa.
A Páscoa Cristã
A Páscoa Cristã celebra um fato novo: a Ressureição de Jesus, aós os dramáticos episõdios que ficaram sendo conhecidos como a sua Paixão e Morte. Tais acontecimentos coincidiram com a festa em que os judeus celebravam a libertação do cativeiro egípcio.
Com efeito, numa quinta-feira, véspera do 14º dia após a primeira lua nova do ano, Cristo reuniu seus amigos para a Ceia Pascal, durante a qual distribuiu aos presentes pão e vinho, afirmando serem seu corpo e sangue. Com isto estabeleceu um novo memorial: a Eucaristia (Santa Ceia ou Comunhão). Na sexta-feira seguinte sofreu o sacrifício da cruz e no domingo ressucitou dentre os mortos (Cf. Lucas, capítulos 22, 23 e 24).
Durante muitos anos, a Páscoa cristã foi festejada no mesmo dia da Páscoa judia, até que o Concílio de Nicéia, no ano de 325 da era cristã, fixou o 1º domingo após o inverno no hemisfério norte como a sua data definitiva.
Esta medida atesta o amadurecimento da experi~encia cristã e, consequentemente, seu progressivo distanciamento e abandono das tradições judaicas, opondo-se à guarda do sábado, dia santificado dos judeus, a observação do domingo, dia que Cristo ressucitou.
Pode-se, também, ver nisso uma estratégia da Igreja para conquistar a adesão dos povos nórdicos, mediante a cristianização dos seus costumes, uma vez que o 1º domingo após o 14º dia da primeira lua nova do ano coincidia com o início da primavera na Europa - entre 22 de março e 25 de abril -, quando estes povos festejavam o término do inverno e a chegada da primavera. Daí "Easter", páscoa em inglês, derivar de "Eostre", deusa da primavera na mitologia anglo-saxônica.
Assim como a antiga Páscoa tornou-se para os hebreus fato determinante para o inicio de sua história como nação, a nova Páscoa representou para os cristãos o início de nova era para a humanidade, superando limites nacionais e etnográficos.
A sua comemoração exigia um período especial de preparação para todos os cristãos, particularmente para os catecúmenos (candidatos ao batismo), recorrendo-se a prolongados exercícios espirituais, jejuns, orações, leituras e doutrinação - a quaresma.
A Quaresma
Quaresma consiste numa preparação iniciática ao mistério pascal. Atualmente ela se prolonga da Quarta-feira de Cinzas até o Domingo de Páscoa, período de 40 dias, caracterizando-se pela prática de jejuns, orações, mortificações e abstinência de carne e diversões.
No início do cristianismo, entretanto conforme Santo irineu (segundo século da nossa era), esse período iniciático durava 40 horas, desde a tarde da Quinta- feira Santa até o domingo Pascal, durante o qual nada devia ser comido. A partir do século III, a preparação começava no Domingo de Ramos e o jejum era observado durante toda a Semana Santa. Mas foi com o Concílio de Nicéia (325), que ficou estabelecido o período quaresmal atualmente em uso, ou seja, 40 dias a contar da Quarta-feira de Cinzas.
Quarta-feira de Cinzas
Marca o início do período quaresmal e, na sua forma atual resultou da reelaboração de antigas práticas penintenciais pré-cristãs, comuns a diversos povos do passado. Consistia em alguém vestir-se de saco e cobrir-se de cinzas, a fim de expressar sofrimento e arrependimento.
Na igreja primitiva, durante as penitências públicas para reparação das ofensas e readmissão na comunidade de fé, costumavam os penitentes apresentarem-se vestidos de sacos à porta dos templos, onde os sacerdotes, após reiterados conselhos, entre cânticos e orações, aspegiar-lhes cinzas sobre as cabeças.
Após o Concílio de Nicéia, este uso estendeu-se para toda a comunidade. Atualmente, as cinzas são obtidas pela queima de folhagens bentas no Domingo de Ramos do ano anterior, e no momento da sua deposição sobre a cabeça do penitente, o sacerdote o exorta à mudança de vida, recitando a fórmula: !Converter-te e crede no Evangelho". Anteriormente dizia-se: " Lembra-te que és pó e ao pó deves voltar" (Cf. Gênesis 3,19).
Páscoa
A Páscoa é uma das festas da cristandade, cuja celebração, no decorrer da história, alterou significativamente o modo de estar no mundo de grandes parcelas da humanidade, deixando marcas indeléveis nas artes, na pol´tica, nos costumes, na linguagem e na cultura geral, enfim.
Apesar de tratar-se de um memorial da resureição de Cristo, a Páscoa cristã está intimamente relacionada à Páscoa dos judeus (israelitas), também conhecida como "festa dos pães ázimos", em que se comemora a libertação desse povo do cativeiro egípcio.
A Páscoa Judaica
Candelabro importante para a cultura judaica é o Menorá (hebraico מנורה - menorah).
O Menorá possui sete braços e é um dos símbolos do Judaísmo, juntamente com a Estrela de Davi.
Conforme o texto bíblico ( Êxodo 12, 1-14), a libertação do povo hebreu, que padecia sob o jugo egípcio, foi precedida da passagem do Anjo exterminador, na noite do 14º dia após a primeira lua noa do m\~es de Nisã, de acordo com o calendário judaico. Daí o nome Páscoa, do hebraíco " Pesach", significando "passar por cima".
Naquele dia, orientadas por Moisés, as famílias sacrificaram um cordeiro perfeito, com cujo sangue marcaram as portas das suas casas. À noite, durante a ceia, foi servida a carne do cordeiro com verduras amargas, que lembrariam o amargor da escravidão no Egito, e pães sem fermento (pâes ázimos ou asmos), isto é, de trigo puro, significando a pureza do espírito dos comensais. Tudo realizado em estado de prontidão: vestidos, calçados, com cajado na mão, prontos para a partida.
E eis que passou o Anjo da Morte, exterminando a todos os primogênitos das casas dos opressores, mas poupando as casas marcadas com o sangue do cordeiro, o que causou grande pavor entre os egípcios e resultou na libertação definitiva dos hebreus e sua consequente marcha para a Terra Prometida.
A Páscoa simboliza, pois, a libertação de Israel, e sua celebração anual tomou um caráter de obrigatoriedade, em torno da qual foi-se organizando um conjunto de normas e práticas religiosas e de convivência social determinantes na construção de um profundo sentimento coletivo de povo e de nação para aquela gente.